Dilma Ă© blindada em cerimĂŽnia de 7 de setembro


A presidente Dilma Rousseff ficou blindada durante o desfile da IndependĂȘncia, na Esplanada dos MinistĂ©rios. O esquema foi cuidadosamente montado para impedir que Dilma fosse vaiada ou faixas de protesto pudessem ser vistas por ela. O temor era principalmente que funcionĂĄrios da PolĂ­cia Federal e da Receita Federal, que ainda estĂŁo em greve, conseguissem furar o bloqueio e chegassem perto do palanque presidencial, a exemplo do que houve no ano passado. 

Desde a madrugada desta sexta-feira, seguranças da PresidĂȘncia da RepĂșblica ocupavam e protegiam as arquibancadas montadas para o desfile, particularmente as que ficavam nas proximidades do palanque. Vaias, desta vez, sĂł para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quando seu nome foi anunciado pelos microfones. "Vaias? Que vaias? NĂŁo ouvi", desconversou ele, ao final do desfile. 

A PresidĂȘncia encomendou ainda que fossem colocados tapumes em toda a extensĂŁo da Esplanada, para que os protestos, que normalmente ocorrem na pista contrĂĄria ao desfile, nĂŁo pudessem ser vistos ou ouvidos. Esta blindagem a Dilma, comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional da PresidĂȘncia da RepĂșblica (GSI), impediu que a população pudesse chegar perto dos palanques que, em sua maioria, estavam ocupados por servidores do PalĂĄcio do Planalto e seus familiares. 

Em uma das primeiras arquibancadas na Esplanada, bem longe de onde estava a presidente, representantes do Sindicato dos Policiais Federais conseguiram ocupar o local para protestar. AlĂ©m de gritar palavras de ordem contra o governo, os policiais federais vaiaram seus colegas que passaram desfilando. 

Desta vez, Dilma sequer esperou a apresentação da esquadrilha da Fumaça. Às 11h05, estava deixando a Esplanada. Dezessete ministros acompanharam o desfile ao seu lado, alĂ©m do presidente da CĂąmara, Marco Maia (PT-RS), e do presidente do Supremo, Ayres Britto. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalĂŁo, no Supremo Tribunal Federal (STF), tambĂ©m estava no palanque. 

A tradicional Marcha contra a Corrupção reuniu cerca de 8 mil pessoas na Esplanada dos MinistĂ©rios. O movimento - liderado por estudantes de BrasĂ­lia - começou apĂłs o desfile de 7 de setembro. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam o fim do voto secreto e uma "faxina" no Congresso. O governador Agnelo Queiroz (PT-DF), vaiado durante a cerimĂŽnia oficial, tambĂ©m foi alvo do protestos. No ano passado, no auge da "faxina", o ato reuniu aproximadamente 30 mil pessoas. 

Durante a cerimĂŽnia oficial, duas ativistas do grupo Femen foram detidas. Sem blusa, as mulheres conseguiram driblar a segurança e defenderam direitos das mulheres. De acordo com a PM, as duas foram levadas para a 5ÂȘ Delegacia de PolĂ­cia de BrasĂ­lia.

Fonte: AgĂȘncia Estado