Faltam 76 salas de aula para o ensino de 9 anos


O ciclo de implantação do ensino fundamental de 9 anos será concluído em 2013 com o 5º ano/4ª série sem estrutura para atender os alunos. Somando os estudantes que saem da educação infantil e ingressam no 1º ano e aqueles que permanecem na rede com a implantação do 5º ano, são pouco mais de 2.100 vagas. Para atendê-los faltam 76 salas de aula. Se algumas obras em andamento forem concluídas antes do início do ano letivo, esse déficit cai para 61 salas.
O ensino fundamental de 9 anos começou a ser implantado em 2010 e as novas salas de aula deveriam ser construídas a partir daí, anualmente, para haver condições de atender a demanda em 2013. “Em 2009, foi feito um planejamento de quantas salas deveriam ser construídas por ano, mas esse planejamento não foi cumprido”, afirma a professora Luzinete Vilela da Silva.
A secretária de Educação, Maria Inês de Galvão, diz que todos os esforços foram centrados no ensino integral em detrimento do ensino fundamental de 9 anos. “Nesses anos, a administração [Barbosa Neto] não poderia ter se esquecido que 2013 chegaria e com ele o 5º ano.”
Entre as alternativas em estudo pela Secretaria Municipal de Educação, o horário de aula intermediário é alvo de preocupação para professores e a própria secretaria. “Não estamos medindo esforços para evitar que isso aconteça. Essa será a última alternativa, pois sabemos dos problemas do horário intermediário”, afirma Maria Inês de Galvão.
Entre os problemas com o horário intermediário – das 11 horas às 14h30 – a secretária cita a dificuldade para os professores que dão aulas em dois colégios e que não conseguem chegar a tempo; a falta de horário de almoço para professores; a impossibilidade de os pais buscarem os alunos, que acabam ficando na escola por mais tempo; e, principalmente, o rendimento dos alunos. “A criança teria que almoçar às 10h30 para entrar às 11 horas em sala de aula. O que acaba não acontecendo e ela fica com fome na aula; as que almoçam, ficam mal alimentadas, porque apesar de a merenda ter arroz e feijão, a criança de 6 e 7 anos precisa de acompanhamento do adulto para comer direito.”
Alguns espaços já estão acertados para evitar o horário intermediário: quatro salas de aula na Escola Municipal Arthur Thomas; quatro salas de aula em prédio da Vila Fraternidade; oito salas em prédio no Jardim Lindóia. “Estamos negociando salas em outros espaços também”, diz a secretária.
Ensino Integral precário
Apesar dos esforços concentrados no ensino integral, o resultado é bastante precário, segundo a secretária de Educação, Maria Inês de Galvão, porque poucas escolas têm as atividades alternativas sendo desenvolvidas. “O ensino integral efetivamente, com escolaridade de manhã, atividades diferenciadas à tarde, com professores atendendo, está em apenas oito escolas”, diz. A falta de espaço adequado para as atividades e a falta de recursos humanos inviabilizaram o ensino integral, que na opinião da secretária, deveriam ter sido planejados anteriormente à implantação.
“O ano que vem o ensino integral acaba. Não vai ter como atender essa demanda e a do ensino fundamental de 9 anos”, diz Luzinete Silva. “Vejo candidato dizendo que vai implantar ensino integral assim que assumir, se der conta da demanda de vagas para o ensino fundamental de 9 anos já vai estar muito bom.”

Fonte: Jornal de Londrina