Derrotados avaliam 1º turno e começam a definir apoios no 2º turno


Para quatro candidatos, a corrida pela Prefeitura de Londrina terminou ontem às 18h40, após a confirmação de Marcelo Belinati (PP) e Alexandre Kireeff (PSD) no segundo turno das eleições municipais. Despediram-se da corrida sucessória Márcia Lopes (PT), Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e Valmor Venturini (PSol).

Terceira colocada, com 14,08% dos votos, a ex-vereadora e ex-ministra Márcia Lopes, que durante boa parte da campanha ficou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, disse ter sido grande a expectativa de ir ao segundo turno com Belinati. “Nos preparamos para isso, fizemos uma campanha bonita, mobilizadora, mas percebemos que o Kireeff estava tendo crescimento, e o Barbosa e o Cheida estavam caindo. Acredito que houve migração dos votos de quem era eleitor do Hauly [Luiz Carlos Hauly, que concorreu a prefeito em quatro eleições anteriores pelo PSDB] e não estava satisfeito com a coligação do Marcelo.”

A petista declarou que o apoio para o segundo turno deve ser definido em uma reunião amanhã, com lideranças do partido. “Já tentei falar com o Kireeff e o com Belinati para dar os parabéns, mas eles estavam dando entrevistas”, disse ela, por volta das 20 horas. “Agora vou descansar uns dias, depois vou analisar convites que tenho, inclusive, para dar aulas de administração pública em pós-graduações, como professora convidada.”

Com 9,48% dos votos, o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT), cassado em julho, afirmou que a população não teve possibilidades de avaliar as propostas dele e garantiu que não pretende apoiar nenhum dos candidatos no segundo turno. “Minha intenção é não apoiar ninguém, não posso ser cara de pau de negociar cargos, nem me sentiria confortável em fazer uma aliança.” Barbosa disse que vai voltar a trabalhar na rádio de propriedade da família e pretende continuar disputando cargos eletivos nos próximos pleitos.

Quarto colocado, com 5,11% dos votos, o também ex-prefeito Luiz Eduardo Cheida (PMDB) encerrou sua participação nas eleições municipais decepcionado com o resultado, que disse acreditar ter sido “influenciado pelas pesquisas”. “Essa parcela está bem abaixo do meu eleitorado na cidade. Quando o Belinati começou a surgir como possível vencedor em primeiro turno e o Kireeff começou a despontar nas pesquisas, parte do meu eleitorado migrou para o Kireeff”, explicou.

Deputado estadual, Cheida disse que vai retomar já nos próximos dias as atividades normais na Assembleia Legislativa do Paraná. Sobre apoios no segundo turno, ele disse que a posição do partido deve ser definida esta semana. “Estou propondo que sentemos amanhã [hoje] à noite e façamos a conversa, até porque estamos com um novo quadro de vereadores, a Elza [Correia] voltou, o Tito [Valle] não é mais. Vamos definir isso enquanto partido, não pessoalmente. Se fosse pessoalmente eu já poderia te falar quem vamos apoiar.”

Com menos de 1% dos votos, o funcionário público Valmor Venturini (PSol) disse estar “orgulhoso” com a campanha de contraponto feita pela frente de esquerda, mas criticou a decisão dos eleitores em avaliar mais “a forma do que o conteúdo”. Nós apresentamos nossa posição com clareza e conseguimos aglutinar um bloco de esquerda. Infelizmente, as pessoas gostam de fantasia. Elegeram pote de margarina. Não pode”, enfatizou.

Médico veterinário e servidor da Prefeitura de Londrina há 18 anos, Venturini garantiu que, nesta tarde, estará “batendo cartão” na Vigilância Sanitária, onde trabalha há quatro anos. “Eu estava candidato, mas sou servidor. A candidatura foi uma tarefa partidária que tentei fazer da melhor maneira possível.” Na sexta-feira, representantes do PSol, PCB e PSTU vão se reunir para definir a linha a ser seguida daqui para frente. “Minha posição pessoal é não apoiar nenhum, por uma questão política e não pessoal, já que os dois foram muito respeitosos. A tendência é que declaremos oposição aos dois e tomemos conta da cidade no sentido de cobrar, de exigir.”

Fonte: www.jornaldelondrina.com.br