Batalha no rádio e TV recomeça na terça


Depois de dar um tempo de descanso para o eleitor, os candidatos Marcelo Belinati (PP) e Alexandre Kireeff (PSD), que disputam o segundo turno da eleição para prefeito voltam ao rádio e à televisão na próxima terça-feira. De acordo com as coordenações de comunicação das campanhas, o tom do segundo turno será “propositivo”, sem ataques de lado a lado. Para Kireeff, que tinha 3min40s no primeiro turno, os 10 minutos do segundo são um acréscimo considerável, ainda mais que agora o horário eleitoral vai ao ar de segunda a domingo – os candidatos a prefeito iam ao ar nas segundas, quartas e sextas-feiras. Já Belinati perde um minuto com relação ao tempo que tinha no primeiro turno (eram 11min06s).

A propaganda no rádio e na TV poderia ter voltado na quarta-feira passada, mas as duas campanhas concordaram em retardar o recomeço para essa semana. Com isso as equipes de comunicação ganharam mais tempo para preparar os programas. No front belinatista, a produtora de televisão foi trocada porque o contrato com a empresa que atuou até aqui na campanha era só para o primeiro turno. 
De acordo com o jornalista Ricardo da Guia Rosa, o coordenador da equipe que produz o programa, embora a mudança não significa que tenham ocorrido problemas, a nova produtora pode “dar uma chacoalhada” no programa de televisão. 
Ainda não existem definições, mas é provável que o programa tenha “um novo visual”. Também não está definido se serão mantidos os dois apresentadores que atuaram no primeiro turno. “Não definimos nada, porque é uma nova campanha. Estamos em fase de análise, o adiamento do início do horário eleitoral proporcionou isso”, declarou Guia Rosa.

Quanto ao conteúdo, ele afirmou que “segue a mesma linha de apresentação das propostas, com um detalhamento maior e de como essas propostas serão executadas”. “O que já foi apresentado, agora detalhar melhor como fazer de onde sai o recurso”, completou.

O jornalista Cláudio Osti, coordenador de comunicação da campanha de Kireeff, disse que o programa segue a “linha propositiva” já desenhada no primeiro turno. “Vamos explicar com mais detalhes os projetos, mostrando porque é tão importante uma boa administração e uma boa gestão dos recursos públicos”, afirmou. O discurso em torno do “perfil técnico” do candidato será reforçado, com a ideia de que “a acidade hoje precisa muito mais de administração do que de política”. Ele disse que pretende apresentar Kireeff como “mais administrativo e menos político”. A campanha do PSD também tentará convencer o eleitor de que uma gestão mais profissional na prefeitura poderia fazer rendar mais o dinheiro dos impostos.

Depoimentos e aparições
Como a “onda Kireeff”, que levou o candidato do PSD de 2% das intenções de voto para 25% e o segundo turno se baseou na rejeição aos políticos, a tendência é de que os políticos que apoiam as candidaturas apareçam pouco na propaganda nesse segundo turno. O jornalista Cláudio Osti, coordenador de comunicação de Alexandre Kireeff, sinalizou que pretende reforçar a imagem de “não político” do candidato. “Vamos falar de apoio, não de políticos, mas de pessoas. Não adianta colocar a imagem de um político [na televisão]”, declarou Osti, ao ser questionado se o principal cacique do PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, apareceria no programa.

Os depoimentos de empresários devem ter mais espaço, mas a campanha de Kireeff também pretende apresentar o apoio de populares. “Tem que colocar para o programa ficar agradável, colocar um pouco de tudo, sem tirar o foco do principal, que são as propostas”, argumentou.

Na campanha de Marcelo Belinati (PP), que na reta final do primeiro turno usou sem moderação a imagem do governador Beto Richa (PSDB) – na tentativa de evitar o segundo turno –, novas aparições do tucano não estão descartadas, mas provavelmente sejam usadas com parcimônia. “Vamos mostrar o apoio da população. O Beto Richa apareceu bastante no primeiro turno, veio a Londrina, declarou apoio. Pode ser usado, mas não existe uma definição.

Antonio Belinati (PP), de quem Marcelo é sobrinho e herdeiro político, deve continuar fora do programa de televisão, a exemplo do que já aconteceu no primeiro turno. “A população já se ligou que o Marcelo é Belinati, não tem necessidade [de mostrar Antonio Belinati], já aparece no nome do candidato”, declarou Guia Rosa. Ele disse porém, que a possível aparição de Antonio Belinati “vai ser avaliada com o andamento da campanha”. 
A campanha não admite, mas apesar de ter um eleitorado sedimentado, Belinati continua sendo uma figura polêmica, que poderia tirar votos de Marcelo em alguns setores.

Fonte: Jornal de Londrina