Às vésperas das aulas, escolas têm problemas


A uma semana do início das aulas, escolas da rede estadual em Londrina correm contra o tempo para fazer a lição de casa e deixar tudo pronto para receber os alunos. No entanto, problemas não faltam em diversas instituições de ensino. A reportagem da FOLHA visitou ontem quatro colégios em diferentes regiões da cidade para verificar as condições dos imóveis. 

O cenário encontrado nas escolas visitadas está longe do ideal. Entre os problemas, estão salas de aula improvisadas, paredes com infiltração, pintura descascando, fechaduras e torneiras quebradas, alambrados destruídos, mato alto e até entulho jogado no pátio. 

A lista de problemas no Colégio Estadual Padre Wistremundo Garcia, no Jardim Ouro Verde (zona norte), é extensa. Pelo menos 1,2 mil alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio terão que assistir aulas em salas com tacos de madeiras soltos, paredes sujas e com a pintura descascando e portas quebradas. 

Outras deficiências também preocupam. Segundo o diretor auxiliar Marival Antonio Mazzio Júnior, o imóvel não conta com saída de emergência lateral e algumas vigas de madeira estão apodrecendo por conta da infiltração. "Os problemas não são de hoje. Há mais de três anos fizemos a solicitação para o Núcleo e para a Secretaria de Educação pedindo a reforma do prédio, mas até agora nada", aponta. "Além disso, as instalações elétricas têm cerca de 15 anos. Precisamos estar constantemente atentos para não sobrecarregá-las e acabar gerando um problema ainda maior." 

O início do ano letivo será marcado pela improvisação no Colégio Estadual Eldorado, no Jardim Califórnia (zona leste). Por causa de obras em andamento, 200 alunos, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental serão obrigados a estudar em salas adaptadas, onde antes funcionavam biblioteca, laboratório de informática, refeitório e sala dos professores. 

Cinco salas estão em construção. De acordo com a diretora, Silvia Regina Albieri Koritiaki, até abril os alunos não terão acesso a computadores nem poderão fazer pesquisas na biblioteca. "Tentamos conseguir outros espaços para os alunos enquanto as obras estão sendo realizadas, mas não fomos atendidos pela comunidade. Fomos até igrejas, associações e empresas do bairro, mas não nos emprestaram (salas). O plano B foi adaptar o que tínhamos", comenta. 

No Colégio Estadual Thiago Terra, no Jardim União da Vitória (zona sul), o que chama a atenção é o destelhamento de parte da cobertura da cozinha, provocado por vendavais recentemente. A diretora-geral Mariangela Leite explica que o Núcleo Regional de Educação já vistoriou o local para viabilizar o conserto. Enquanto isso, 850 estudantes dos ensinos Fundamental e Médio terão que conviver com o problema. Lousas quebradas, fechaduras com defeito, mato alto e entulho espalhado pelo pátio também fazem parte da paisagem na instituição de ensino. 

"Estamos fazendo o possível para finalizar toda a manutenção a tempo, mas não temos recursos suficientes para tudo. Há dois anos, o governo chegou a fazer uma visita para verificar a necessidade de reforma. O problema é que o prédio é do município e enquanto não for realizado o termo de doação ou a compra de outro terreno, nossa escola não pode ser contemplada", lamenta. 

De acordo com a chefe no Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina, Lúcia Cortez, a equipe de vistoria do órgão está "trabalhando continuamente no mapeamento e atendimento dos colégios que mais precisam de reformas". Londrina conta hoje com 72 escolas estaduais, onde estudam cerca de 65 mil alunos. Nos outros 19 municípios da área de abrangência, funcionam 53 colégios, com 45 mil estudantes. 

Em todo o Paraná, 1,3 milhão de alunos estão matriculados em 2,139 instituições estaduais de ensino.

Fonte: Folha de Londrina