Sindicatos ganham apoio de Richa para alteração na MP dos Portos


O governador Beto Richa disse nesta quarta-feira (06/03) que não concorda com o texto da Medida Provisória 595 (MP dos Portos) porque ela transfere do Governo do Paraná para a União o controle sobre os projetos de expansão do Porto de Paranaguá. 
“Um erro tremendo, que trará prejuízos irreparáveis ao Paraná. Os especialistas afirmam que o governo federal terá dificuldades até para fazer as licitações. Uma medida que desagrada a todos, com a única intenção de centralizar o poder”, disse o governador. 
A declaração foi dada durante reunião com dirigentes paranaenses da União Geral dos Trabalhadores (UTG), que pediram apoio a Richa para que haja mudanças na MP, que propõe um novo marco regulatório para o setor portuário. Os sindicalistas sustentam que com a aprovação do texto original os portuários (estivadores, carregadores, ensacadores, entre outros) perderão conquistas como o piso salarial e o plano de saúde. 
Para os sindicalistas as mudanças são necessárias e devem ser discutidas com os trabalhadores. Hoje, as contratações são realizadas via OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra). “Depois de anos de lutas, a iniciativa privada entrará nos portos sem nenhum compromisso com os trabalhadores, podendo contratar funcionários com salário mínimo e sem pagar os benefícios. Nós não aceitamos isso, e pedimos o apoio do governador”, disse o presidente da UTG Paraná, Paulo Rossi. A entidade representa 800 mil trabalhadores. 
CONTRA - Richa garantiu que convocará a bancada paranaense no Congresso Nacional e que levará o assunto para o encontro de governadores que será realizado em Brasília na semana que vem. “Contem com nosso apoio. Sou totalmente contra a essa Medida Provisória que prejudica os trabalhadores portuários e restringe a atuação do governo estadual no Porto de Paranaguá”, disse o governador. 
O governador afirmou que o Paraná tem um grande plano de investimentos para o porto, que ficará comprometido com a aprovação da proposta. Ele lembrou ainda que no ano passado o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá bateu recorde de movimentação. “Resultado dos investimentos de ampliação e dragagem dos berços de atracação que realizamos, mas, sobretudo, da gestão eficiente e moderna que temos atualmente no porto de Paranaguá”, disse o governador. 
Paulo Rossi disse que a medida provisória é uma justificativa da União para privatizar os portos brasileiros. Ele criticou ainda o governo federal pelo corte de repasses aos estados. “Nós sabemos que quem paga o pacote de bondade da União são os estados brasileiros”, afirmou. 
CONSELHOS – Durante a reunião, os integrantes do UGT agradeceram o governador pela criação da lei que institui 10 de maio como o Dia do Sindicalista do Paraná. “Fomos o primeiro Estado a ter um dia em nossa homenagem. Uma prova da gestão democrática e de que somos respeitados no Paraná”, disse Walter Cezar, presidente da Força Trabalhista do Paraná (Fotrapar). 
Paulo Rossi solicitou ainda ao governador que as empresas públicas, como Sanepar, Fomento Paraná e Copel, mantenham representantes dos trabalhadores nos conselhos. “Assim como as entidades patronais, gostaríamos de participar das reuniões que definem o desenvolvimento das empresas”, disse ele. O presidente da entidade defendeu que o Estado estenda aos mototaxistas as linhas de créditos oferecidas aos taxistas pela Fomento Paraná. 
Além de diretores da UGT, estiveram presentes na reunião representantes dos sindicados dos bancários, eletricitários, comerciantes, ferroviários, portuários, frentistas, servidores públicos, técnicos industriais, trabalhadores de cooperativas e de trabalhadores na movimentação de mercadorias de Paranaguá.

Fonte: Agência Estadual de Notícias