Educação aposta em creches filantrópicas para atingir meta federal


Até 2016, todas as crianças com idade de 4 e 5 anos devem estar matriculadas em centros de educação infantis. A meta foi estabelecida pelo Plano Nacional de Educação. Atualmente em Londrina, 1.654 crianças nessa faixa etária aguardam vagas. Para cumprir o determinado, a Secretaria Municipal de Educação aposta na ampliação dos Centros de Educação Infantil (CEI) filantrópicos. Com 61 unidades, essas creches atendem 3.414 crianças ante 1.050 dos centros municipalizados. No entanto, essa medida é contestada por especialistas em educação infantil.

Para a especialista em pedagogia e professora da educação infantil Lidia de Andrade, o principal problema é a “insegurança orçamentária” dessas unidades filantrópicas. Na semana passada, cerca de 150 crianças ficaram sem atendimento por causa das greves nos Centros de Educação Infantil Milton Gavetti, no Jardim Pacaembu II, e Mãe Rainha no Jardim Leonor. O motivo da paralisação foi a falta de repasse de verbas da prefeitura. “Municipalizar é o caminho ideal, porque só a prefeitura pode dar a segurança orçamentária para o desenvolvimento dos projetos pedagógicos ideais para a criança”, afirma Lidia.

Em 2013, a Secretaria de Educação prevê aumento de 30% no repasse aos 61 Centros de Educação Infantil - creches filantrópicas. Para os 19 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI), as creches municipalizadas, o investimento será de R$ 4,5 milhões.

Para fortalecer o ensino infantil, a Prefeitura pretende fornecer apoio pedagógico às creches filantrópicas por meio de cursos e visitas às instituições. A gerente de educação infantil da Secretaria Municipal, Ludmila de Medeiros, diz que é fundamental incluir os professores dos centros filantrópicas nas atividades de capacitação destinadas aos professores das unidades municipais.

Segundo ela, desde fevereiro a Prefeitura ofertou sete cursos ministrados por servidores municipais nas áreas de pedagogia empresarial, alimentação e prevenção de acidentes. O objetivo é melhorar a capacitação dos professores. “Observamos que a dificuldade dos educadores é fazer planejamento e refletir sobre novos materiais para enriquecer as aulas. Eles têm pouco tempo para isso porque ficam muito com as crianças. Vamos fazer visitas a todas as creches pelo menos duas vezes por ano”, diz Ludmila.

Para a secretária de educação, Janet Thomas, a melhora da qualidade do atendimento às crianças também passa pela profissionalização da gestão das creches filantrópicas. “Muitas creches não fazem nem planilha de custo, o que leva a uma série de problemas de gestão”, ressalta.

De acordo com a gerente de gestão escolar do Município, Simone Magrinelli, é comum que as creches filantrópicas não apresentem os documentos necessários para liberar o repasse. “Para receber dinheiro público, as instituições precisam provar que são bons pagadores. Mas durante as férias é comum que os funcionários deixem de nos enviar as certidões negativas que façam essa comprovação.”

Fonte: Jornal de Londrina