Além do HU, que atendeu 404 pessoas que sofreram acidentes de trabalho entre abril de 2012 e março deste ano, o Ãndice também é expressivo em outros hospitais. O Hospital Evangélico atendeu 85 casos nos últimos três meses. Na Santa Casa, foram 19 ocorrências do tipo entre janeiro e fevereiro deste ano. Na avaliação do presidente do Sintracom, Denilson Pestana, o Ãndice poderia ser menor se o uso de equipamento de segurança fosse mais comum. “No caso do pedreiro que se feriu com a serra, tudo poderia ter sido evitado com o emprego da coifa protetora, que protege a lâmina. Máquina e equipamentos são responsáveis por 20% dos acidentes de trabalho fatais, atrás apenas da queda de altura”, disse Pestana. As normas regulamentadoras da construção civil expedidas pelo Ministério do Trabalho obrigam o uso de luvas, capacetes, botas e óculos e outros equipamentos de proteção individual.
Nestor Godim faz serviços gerais na construção civil sem registro profissional e sofreu uma queda que resultou em lesão grave no joelho. Para garantir a renda, Godim tem que trabalhar com nove parafusos na perna. “Não era registrado, então ninguém me pagou nada. Fui atendido pelo SUS e não posso parar de trabalhar. Tem que ter um registro para dar segurança ao trabalhador”, afirmou. Claudinei Rodrigues dos Santos trabalhava como varredor para uma empresa que presta serviço para a Prefeitura de Londrina, quando foi atropelado por uma moto. “Mesmo sendo regularizado, tive que entrar na Justiça para garantir meus direitos, que a empresa me negou”, lamentou Rodrigues. Depois da recuperação, ele conseguiu emprego na área de carpintaria, onde sofreu uma lesão grave no joelho. “Depois de seis meses de licença, voltei ao serviço e no primeiro dia fui mandado embora, mesmo com garantia de estabilidade”, disse.
Fonte Jornal de Londrina