Frentistas do Paraná estão em estado de greve


Os frentistas em postos de combustíveis do Paraná estão em estado de greve, desde segunda-feira (20). Após mais uma   rodada de negociação com o SINDICOMBUSTÍVEIS (sindicato patronal),  realizada em Curitiba, os quatro sindicatos de trabalhadores que representam a categoria no estado deflagraram o alerta de greve.
 
Os sindicalistas pedem reajuste salarial de 14% para os trabalhadores paranaenses. Já o  sindicato patronal ofereceu apenas 7,20%. Na negociação do ano passado os sindicalistas não entraram em greve, mesmo sem terem chegado ao reajuste desejado. “Entendemos que o cenário econômico do ano passado era delicado e atendemos o apelo patronal”, diz o presidente do SINPOSPETRO-Curitiba (filiado à União Geral dos Trabalhadores (UGT), Lairson Sena. Mas, segundo ele, não há justificativa para reajustes abaixo do pedido pela categoria este ano e mais uma vez os patrões mostram-se intransigentes com os trabalhadores.
 
O presidente da Regional Oeste da UGT-PARANÁ e presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de Cascavel e Região, Antônio Vieira dos Santos, o ‘ Toninho’, lembrou que o reajuste proposto pelo sindicato patronal deixa os salários abaixo do piso mínimo regional praticado no Paraná. “O percentual de 14% pedido pelos trabalhadores é o mínimo admitido pela categoria para posicionar os salários dentro de parâmetros aceitáveis da realidade social, aplicando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e as perdas no período, com um ganho real de apenas 1%. A proposta de 7% dos patrões chega a ser até uma vergonha para um dos setores mais produtivos da economia brasileira”, disse Toninho.
 
Durante a rodada de negociação, o presidente do sindicato patronal, Roberto Fregonese disse aos sindicalistas para “ se preparem com força, caso a proposta patronal não seja aceita”. A declaração revoltou as lideranças sindicais dos trabalhadores que firmaram ata negativa do encontro.
 
Após a rodada de negociação os quatro sindicatos de trabalhadores (Londrina, Cascavel, Ponta Grossa e Curitiba) reunidos na capital paranaense divulgaram comunicado conjunto alertando a população para o estado de greve deflagrado pela categoria. Nova rodada de negociação acontece dia 3 de junho, em Curitiba, na sede do sindicato patronal.
 
O presidente da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Combustíveis, Francisco Soares de Souza acompanhou todo embate entre trabalhadores e patrões, e chegou a pedir o bom-senso empresarial para a Convenção Coletiva desse ano. Na opinião do presidente da FENEPOSPETRO, o setor dos combustíveis é um dos mais lucrativos no Brasil, e é inadmissível que uma parcela patronal continue com o discurso da ‘ falência empresarial’ na tentativa de pagar baixos salários aos seus trabalhadores. “Em todos os mercados, só se estabelece quem é competente, e competência administrativa é pagar salários justos aos trabalhadores que são os reais promotores do lucro empresarial”, sentenciou Francisco.

Fonte: UGT