Paralisação nacional dos médicos afeta atendimentos em Londrina


A paralisação nacional dos médicos afetou os atendimentos no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e no Hospital da Zona Norte, nesta terça-feira (30). Por conta da mobilização, que deve se estender até quarta-feira (31), cerca de 300 atendimentos somente no HC terão de ser remarcados para o mês que vem.

De acordo com o gerente administrativo do HC, José Santo Moreira, apenas as clínicas de Oncologia em Ginecologia e Obstetrícia, Neurologia Geral e Obstetrícia Geral estão atendendo a população. “Dos 450 atendimentos previstos para hoje, apenas 160 serão feitos, justamente nessas clínicas”, explicou.

No Hospital Universitário (HU), a assessoria de imprensa confirmou que algumas cirurgias eletivas agendadas para esta terça-feira (30) poderão ser remarcadas. Os oito procedimentos previstos deverão passar por triagem para determinar quais poderão ser feitos após o fim da mobilização dos médicos.

As cirurgias eletivas também foram afetadas no Hospital da Zona Norte. Pelo menos um procedimento terá de ser remarcado porque um cirurgião não compareceu ao trabalho.

Segundo a Prefeitura, o atendimento na rede municipal de Saúde não havia sido afetado pela paralisação até as 10h15 desta terça-feira (30).

Protesto

A paralisação dos médicos no Brasil foi a maneira encontrada pela categoria para protestar contra “o descaso do governo federal para com a Saúde da população”, conforme edital publicado pela Associação Médica de Londrina (AML) na edição impressa do JL desta terça-feira (30).

A associação se posiciona contra a “importação” de médicos sem a realização do exame Revalida e as condições de trabalho dos médicos recém-formados que aderirem ao programa federal Mais Médicos. Segundo o presidente da AML, Antonio Caetano de Paula, o salário oferecido aos profissionais, de aproximadamente R$ 10 mil, “é uma bolsa”.

“O médico viaja para outra cidade, outro estado, assina um contrato com uma perspectiva de progredir na carreira e de se fixar naquele local, mas não é assim que vai acontecer. Eles não têm nenhuma segurança trabalhista. Vão receber apenas o salário, que nem é salário e sim uma bolsa”, declarou.

Para Caetano de Paula, se o médico não cumprir os seis meses obrigatórios de contrato terá de devolver todos os valores recebidos. “Nem que seja só eu aderindo ao movimento a paralisação continua amanhã [quarta-feira]”, disparou.

Fonte: Jornal de Londrina