Funcionários da Eletrobras retomam paralisação


Os funcionários da Eletrobras retomaram ontem a greve que já somava 16 dias de duração, e havia sido interrompida na quarta-feira. A decisão de retomar a paralisação por tempo indeterminado aconteceu porque a estatal alegou não poder aceitar oferta de ganho real de salários de 2,5%, a ser aplicada em três parcelas, proposta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e aceita pelos empregados. O caso deverá ser julgado na Seção de Dissídio Coletivo do TST.

A greve havia sido interrompida na expectativa de que houvesse acordo entre a empresa e os trabalhadores na quinta-feira, em reunião no TST entre funcionários e representantes da estatal. Mas o encontro terminou sem que as partes chegassem a um entendimento.

Emanuel Mendes Torres, diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), afirmou que os funcionários vão cumprir as exigências do TST em relação ao percentual mínimo exigido para que não haja risco de desabastecimento do sistema elétrico. "Falta de energia não vai ter nesta greve", frisou Emanuel Torres. "Vamos ficar em greve aguardando a marcação do julgamento do dissídio."

A proposta feita pelo TST, e aceita pelos funcionários, previa aumento real de 1% retroativo a maio deste ano, outro reajuste de mesmo percentual em janeiro de 2014 e de 0,5% em setembro do próximo ano. Também incluía correção da inflação.

Entretanto, em audiência de conciliação realizada na quinta-feira, a Eletrobras informou aos funcionários que não poderia aceitar a proposta do tribunal e ofereceu como alternativa um índice menor de reajuste real. Em assembleias realizadas na sexta-feira, funcionários da companhia decidiram retomar a greve.

Procurada, a Eletrobras informou que não vai se posicionar sobre as discussões envolvendo o dissídio dos funcionários. A estatal se limitou a dizer que "o TST determinou que 75% dos empregados na operação e 40% dos administrativos continuem trabalhando a fim de garantir o fornecimento de energia".

Fonte: Valor Econômico.