Agentes, escrivães e papiloscopistas da PolÃcia Federal (PF) no Paraná iniciaram nesta segunda-feira (26) uma paralisação de 48 horas. A mobilização faz parte do movimento nacional pela reestruturação da carreira retomado no dia 22. A categoria exige ainda melhores condições de trabalho, incluindo a redução do déficit no número de agentes. De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR), parte das atividades foram suspensas nas oito delegacias do estado e não estão previstas manifestações para esta segunda.
Entre outras reivindicações, os policiais pedem o reconhecimento das atribuições de nÃvel superior, o fim do assédio moral, igualdade de oportunidades dentro do órgão e leis que garantam a gestão por mérito. “Hoje estamos sendo castigados por sermos uma corporação combativa e contrária à corrupção. Temos uma chefia que não está comprometida com a população e nem com a própria PolÃcia Federal”, comentou o presidente do Sinpef-PR, Fernando Vicentine.
Um dos reflexos da falta de estrutura da instituição, aponta, está no número insuficiente de agentes. “Nas fronteiras, por exemplo, o déficit é de 3,5 mil policiais federais. Em todo o Paraná o ideal seria que tivéssemos no mÃnimo o dobro do atual efetivo. Em Curitiba, temos 110, quando precisarÃamos de 250. Em Paranaguá, os policiais atuam somente no plantão, não fazem a fiscalização necessária que um porto exige. Em Ponta Grossa, são apenas oito para toda a região.”
Em Foz do Iguaçu, onde está uma das maiores delegacias da PF no paÃs, a adesão à mobilização no inÃcio da manhã desta segunda chegou a 70%, de acordo com o sindicato local. Segundo a presidente, Bibiana Orsi, as investigações, o atendimento a estrangeiros e a emissão de passaportes devem ser prejudicados. No aeroporto e nas pontes da Amizade, na fronteira com o Paraguai, e Tancredo Neves, com a Argentina, a fiscalização está sendo feita por agentes que não aderiram à paralisação. Uma assembleia está marcada para as 15h.
Na delegacia de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, apenas a emissão de passaportes, feita por uma empresa terceirizada, está funcionando normalmente. Serviços como registros de estrangeiros e de armas e o atendimento em geral devem permanecer suspensos nesta segunda e terça-feira. Em Londrina, no norte, faixas esclarecem à população os motivos da paralisação. A emissão de passaportes foi suspensa.
Greve
As atuais negociações com o governo se estendem há cerca de um ano, desde quando diversas categorias de servidores federais aderiram a uma série de paralisações nacionais. Em agosto de 2012, 18 categorias ligadas à Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) decidiram aceitar a proposta de reajuste do governo e encerrar a greve. Os policiais federais foram os últimos a fazer o acordo.