Em São Paulo, professores pedem cumprimento de acordo com a prefeitura


Professores da rede pública de ensino paulistana defenderam nesta sexta-feira (30), em manifestação na região central da cidade, o cumprimento das negociações feitas com a prefeitura na última greve, encerrada em maio. "Pedimos a definição da jornada de trabalho para 2014, a revogação da portaria que permite salas mistas [diferentes idades] na educação infantil e o aumento de duas referências na tabela de vencimentos", disse o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal, Claudio Fonseca.
Segundo Fonseca, a categoria aproveitou o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, organizado em todo o país pelas centrais sindicais, para pedir também participação nas discussões da reforma curricular da educação municipal, anunciada pela prefeitura na semana passada. "Essas mudanças podem reduzir, inclusive, a carga horária de algumas disciplinas, o que interfere, por exemplo, na contratação de professores", afirmou. Para a professora Neuza Wajman, de 56 anos, a categoria pode contribuir na definição do currículo, porque conhece as principais dificuldades.
A professora Solange Gomes, de 47 anos, disse que foi ao ato por acreditar que mobilizações podem resultar em conquistas, especialmente no que diz respeito à qualidade da educação. "Para mim, a principal questão está na educação infantil. Com 35 alunos por sala, não há como dar a eles a assistência necessária. Fazemos o possível, não o ideal. Todos os educadores lutam principalmente pela qualidade", afirmou.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo incluiu na mobilização nacional a pauta local da categoria. "Nossa questão é a jornada, o piso [salarial]. A Lei Federal 11.738/2008 estipula que 33% do tempo da hora-aula destinam-se ao planejamento e à correção de provas, e isso não é cumprido no estado", disse a presidenta do sindicato, Izabel Azevedo Noronha.
A concentração dos professores começou por volta das 13h, em frente à prefeitura, no Viaduto do Chá. Na Praça da República, também na região central, cerca de mil educadores da rede estadual, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), promoveram manifestação.
Por volta das 15h, os professores saíram em passeata em direção à Avenida Paulista, onde a CUT (Central Única dos Trabalhadores) promove ato aglutinando diferentes categorias. A pauta unificada das as centrais sindicais inclui o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim das terceirizações, a aplicação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação e de 10% do Orçamento da União para a saúde.
Fonte: Agência Brasil