Servidores criticam presidente da Câmara


Depois de ser criticado por vereadores por falar firmemente contra as promoções por conhecimento na Câmara de Londrina, responsáveis por acréscimos no salário de pelo menos 57 servidores, o presidente do Legislativo também foi alvo da Associação de Funcionários. Ontem a entidade protocolou ofício repudiando declarações de Rony Alves (PTB) de que houve fraudes em pedidos de promoção. 
No documento, a associação também pede a definição de um prazo para o fim das investigações acerca das irregularidades; imediata apresentação de provas das supostas fraudes; e reformulação do plano de cargos, carreiras e salários (PCCS), aprovado em 2004 e que permitiu as promoções mesmo quando o servidor fizesse cursos sem qualquer relação com a atividade legislativa. 
Rony reafirmou que em 10 dias os trabalhos serão concluídos e os servidores terão novo prazo para apresentar defesa; que não pode apresentar provas agora, antes da conclusão dos trabalhos, sob pena de expor os funcionários; e garantiu que a revisão do PCCS já começou. 
As declarações repudiadas pela associação foram feitas por Rony ao comentar decisão liminar do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Emil Tomás Gonçalves, que, atendendo pedido do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv), autorizou a volta do pagamento dos acréscimos salariais decorrentes das promoções por conhecimento. "Se o juiz tivesse solicitado informações à Câmara, lido o material que temos, se convenceria de que a suspensão do pagamento é a única opção possível", disse Rony. "Alguns servidores fraudaram o erário." 
O Sindserv também questionou declarações de Rony, informando que a entidade teve negado pedido de acesso à documentação. "Não poderia dar acesso a documentos de uma investigação não concluída. O que eu disse foi que o presidente da entidade poderia ter conversado conosco antes de entrar com a ação para saber da gravidade dos fatos." 
Quanto aos vereadores, Rony se reuniu com os colegas ontem e disse ter dissipado eventuais dúvidas. "Eles entenderam as razões da Mesa e se convenceram de que a situação de alguns servidores é muito grave."
Fonte: Folha de Londrina