UGT e CTW firmam acordo em defesa dos trabalhadores brasileiros e americanos


James Hoffa, presidente da Change to Win Strategic Organizing Center e Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) assinaram hoje, dia 6 de setembro, nos Estados Unidos, um acordo para atuação mutua em defesa dos interesses dos trabalhadores. Os dois sindicalistas reconhecem que nos dias de hoje, em que temos uma economia cada vez mais global, é crucial que os sindicatos trabalhem conjuntamente, cruzando fronteiras nacionais, para fortalecer a sindicalização, promover a liderança estratégica, a formação e ação dos trabalhadores, para acumular forças face às empresas multinacionais, e melhorar as condições de trabalho e vida dos trabalhadores. 

O CTW e a UGT acordam trabalhar conjuntamente para compartilhar experiências e aprender um com o outro também no que diz respeito a proteção dos direitos dos imigrantes,  promovendo alianças com sindicatos e movimentos sociais, visando aumentar a capacidade de mobilização no Brasil e nos Estados Unidos.

O CTW e a UGT acordam trabalhar conjuntamente nas seguintes áreas para reforçar os direitos e o poder dos trabalhadores na economia global apoiando-se mutuamente e explorando a possibilidade de desenvolver trabalhos já em andamento nos seguintes âmbitos:

§  Campanhas de sindicalização;

§  Novas filiações;

§  Direitos dos imigrantes e sindicalização de trabalhadores/as imigrantes;

§  Liderança, formação e ação dos trabalhadores;

§  Campanhas globais e redes sindicais para reforçar os direitos dos trabalhadores nas empresas multinacionais; e,

§  Comunicação estratégica.

Campanhas de sindicalização 

Tanto o CTW quanto a UGT tem experiência na condução de campanhas de sindicalização que constroem a liderança dos trabalhadores, aumentam a taxa de sindicalização e dão aos trabalhadores mais poder de organização e de negociação com os empregadores.

Por isso, o CTW e a UGT acordam realizar intercâmbios com dirigentes e organizadores, desenvolver treinamentos e capacitações sobre sindicalização e explorar a possibilidade de trabalhar conjuntamente em campanhas de sindicalização.

Novas filiações

O CTW e a UGT se vêem diante de desafios quanto a aumentar seu número de filiados. Trabalharemos conjuntamente para compartilhar experiências e conduzir intercâmbios sobre o tema.

Direitos dos imigrantes e sindicalização de trabalhadores imigrantes

O respeito pelos direitos dos/as trabalhadores/as imigrantes é de importância crítica para todos os trabalhadores. Importa, portanto, que os imigrantes no Brasil e nos EUA, documentados ou não, tenham plenos direitos garantidos em nossos países. Embora o Brasil tenha alcançado uma situação de maior respeito aos direitos dos imigrantes que os EUA, tanto o CTW quanto a UGT enfrentam desafios enormes em termos da organização e representação dos trabalhadores imigrantes. Em 2009, o Brasil concedeu uma anistia aos trabalhadores não-documentados, mas ainda há muitos imigrantes sem documentos, especialmente da Bolívia e do Peru. O CTW se dispõe a compartilhar com a UGT suas experiências de sindicalização de trabalhadores imigrantes não-documentados. 

Reconhecemos, também, que há centenas de milhares de trabalhadores imigrantes brasileiros nos EUA – tanto documentados quanto não-documentados. Muitos destes trabalhadores são integrantes de sindicatos filiados ao CTW. O CTW e a UGT acordam trabalhar em conjunto para garantir plenos direitos nos EUA para os imigrantes brasileiros – documentados ou não – e os das demais nacionalidades, por meio de uma abrangente reforma da legislação referente ao tema.

Formação e ação dos trabalhadores

Os sindicatos somente terão força quando houver protagonismo dos trabalhadores em todos os níveis do movimento sindical, do local de trabalho até o governo. Cada uma das nossas entidades tem experiências no desenvolvimento da formação, liderança e ação dos trabalhadores. Promoveremos intercâmbios para aprender com as experiências um do outro – especialmente por intermédio dos institutos da UGT, o Instituto de Estudos Avançados e do IPROS – Instituto de Promoção Social. 

Durante a assinatura do documento Ricardo Patah assegurou que haverá entre as duas entidades sindicais apoio mútuo mutuamente visando a sindicalização nas multinacionais e a negociação com elas, com vistas a manter e ampliar os direitos dos trabalhadores. "Trabalharemos conjuntamente para identificar empresas multinacionais que temos em comum, e explorar possibilidades de trabalho futuro. Trabalharemos conjuntamente com as federações sindicais internacionais, tendo como objetivo a organização de redes sindicais em multinacionais, usando como modelo a Aliança Global do Walmart", disse o presidente da UGT.

Comunicação estratégica 

Ambas as nossas centrais tem tido muito êxito na comunicação e  construção de parcerias com os movimentos sociais. O movimento sindical brasileiro em particular conseguiu criar uma estratégia de comunicação e parceria que lhe permite comunicar mais amplamente os nossos valores para a sociedade, e se engajar junto a movimentos sociais pela sociedade afora. Conduziremos intercâmbios e exploraremos as possibilidades de trabalho conjunto e contínuo nas áreas de comunicação e parcerias com movimentos sociais.

Fonte: UGT