Bancários entram em greve a partir de 19 de setembro


Os bancários das principais cidades do Paraná entram em greve por tempo indeterminado a partir de 19 de setembro. A decisão foi aprovada em assembleias com os trabalhadores que ocorreram ontem no início da noite. Em Curitiba, a assembleia teve a presença de 300 bancários e a paralisação foi aprovada por ampla maioria. Em Londrina, a greve também foi aprovada ontem à noite, segundo informações do presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec), Elias Jordão. 

Em Foz do Iguaçu, a greve por tempo indeterminado foi aprovada por maioria em assembleia que aconteceu no final da tarde. "Tivemos apenas três ou quatro abstenções", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu, Cristina Delgado. "A proposta dos banqueiros não cobre nem a inflação do período", reclamou. Em Ponta Grossa, os bancários também aprovaram a greve em assembleia que aconteceu ontem pela manhã, segundo informações da Federação dos Bancários do Paraná (Feeb). 

"A proposta da Fenaban é inaceitável. A greve vai fazer os banqueiros mudarem de propostaÂ’Â’, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, Wanderley Crivellari. Ele lembrou que os seis maiores bancos do País tiveram um lucro líquido de R$ 30 bilhões no primeiro semestre deste ano, valor 18% superior ao mesmo período do ano passado. 

"A proposta dos bancos foi indecorosa com todo o lucro que estas empresas tiveram", comentou o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Maringá, Israel Lobo Coelho. Maringá não tinha encerrado a votação a respeito da greve até o fechamento desta edição. 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, informou que, com o início da greve deve funcionar apenas o autoatendimento das agências bancárias. Isso significa que a população que precisar de serviços que necessitem do atendimento dos funcionários dos caixas será prejudicada. 

A categoria quer reajuste salarial de 11,93% (sendo 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 5.553,15, piso de R$ 2.860,21 e melhores condições de trabalho, com o fim de metas abusivas. 

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou que ofereceu a criação de dois grupos de trabalho, um para analisar as causas de afastamento do setor e outro para conduzir uma discussão sobre a jornada de trabalho. Além disso apresentou reajuste salarial de 6,1% que corrigiria salários, pisos e benefícios. Seria mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%. A Fenaban esclareceu ainda que o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos sete anos e os salários foram reajustados em 58%. 

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho de 2013, o Paraná tem 31.384 bancários, destes, 80% pertencem à base da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No Estado, há 1.591 agências de acordo com dados do Banco Central referentes a agosto deste ano. 

Fonte: Folha de Londrina