Prefeitura do Rio decide cortar ponto de professores que estão em greve


A Prefeitura do Rio decidiu, na noite desta quarta-feira (2), cortar o ponto dos professores que continuam em greve. Nos pagamentos feitos nesta quarta, referentes ao mês de setembro, cerca de 16 mil professores já tiveram reduções de até 20% nos salários. No próximo mês, isto pode se repetir, mas a prefeitura prometeu pagar os valores descontados, na medida em que as aulas sejam repostas.
A equipe do RJTV foi a três escolas municipais da Zona Sul nesta quarta. Todas estavam abertas. Em uma delas, alguns alunos disseram que estão perdendo muitas aulas.
“A gente fica esperando, entra no terceiro (tempo), tem um tempo e depois vai embora”, disse um aluno.
Para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), mais de 90% dos professores estão parados atualmente. Já a Secretaria municipal de Educação diz que são 13%. Ainda segundo a secretaria, das 1.071 escolas, 31 estão sem nenhum professor. E em média, os colégios estão tendo de 60 a 80% das aulas.
Depois da votação do plano de cargos e salários, a Prefeitura pediu que os professores voltem às salas de aula. E anunciou que a partir de hoje vai cortar o ponto dos que faltarem.
A coordenadora do Sepe afirma que se o ponto for cortado, os professores não irão repor as aulas.“Se cortar ponto, o profissional não tem que repor, porque na verdade, quando retira o salário significa que a reposição não tem que ser feita”, disse Rosilene Almeida da Silva, coordenadora do Sepe da capital.
“Quem não tem nada a ver com a briga é criança. Elas não têm nada a ver. A gente tem que ter negociação, sem crianças na mesa”, disse a secretária municipal Claudia Costin.
Segundo a Secretaria municipal de Educação, o ano letivo será estendido até meados de janeiro.
E as aulas devem ser respostas durante os sábados ou nos dias de semana depois do horário regular. Isso vai depender de cada escola.
Oposição pede anulação de votação de Plano de Cargos e Salários
Nove vereadores de oposição na Câmara de Vereadores entregaram na tarde desta quarta-feira(2) ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro um mandado de segurança para um pedido de anulação da sessão desta terça-feira (1º). A votação em duas etapas aprovou a criação do Plano de Cargos e Salários para os professores da rede municipal de ensino.
Eliomar Coelho, Jefferson Moura, Renato Cinco e Paulo Pinheiro(PSOL), Reimont(PT), Brizola Neto(PDT), Verônica Costa e Márcio Garcia(PR) e Teresa Bergher(PSDB) saíram da Câmara por volta das 16h20. " Tivemos que sair da sessão para não legitimar esse plano" disse Eliomar.
O presidente da comissão de Educação, Reimont(PT), disse que os principais problemas são a falta de dialogo, a questão da paridade dos salários e da falta de autonomia do profissional de educação. " Esse plano nos parece muito mais econômico e feito para que o professor seja reprodutor do que as fundações querem", analisou Reimont.
De acordo com o vereador Jefferson Moura, a lei orgânica da casa diz que não pode haver sessões secretas, como diz o artigo 61 da lei orgânica do Município.  "Nós devolvemos as senhas porque não concordamos com essa seletividade que fere o espaço público",  disse o vereador
Paulo Pinheiro salientou ainda que, por questão de segurança, a sessão de ontem deveria ser encerrada após a confusão ser deflagrada do lado de fora, como diz a lei 137 do regimento interno. "Foi isso que pedimos dentro do plenário", finalizou. O documento foi entregue ao advogado André Mendes, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos(IDDH).
Fonte: g1.globo.com