Kireeff não pode terceirizar decisões, dizem vereadores


Os vereadores admitem até discutir a revisão da Planta de Valores, mas quem tem que tomar a iniciativa de puxar esse debate é o prefeito Alexandre Kireeff (PSD). Essa é a opinião majoritária entre os parlamentares ouvidos ontem pelo JL, sobre a ofensiva de secretários municipais pela correção da planilha, que é a base para o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), uma das principais fontes de recursos próprios do Município. Reportagem publicada na edição de ontem do JL, Kireeff disse ser pessoalmente contra a medida, mas aceita encaminhar a discussão caso a sociedade tome a iniciativa de pedir a correção, a partir do entendimento de que a cidade precisa de mais recursos.

“Quem foi eleito prefeito foi o Kireeff, ele tem que assumir qual projeto tem para a cidade”, reagiu Lenir de Assis (PT), para quem “é uma situação cômoda o prefeito jogar essa discussão para a cidade”. Na avaliação da petista, a administração municipal precisa esclarecer as metas, “até para saber quanto precisa” para custear esses projetos. “A cidade topa discutir, mas quer saber qual é o projeto”, completou.

A vereadora Sandra Graça (Solidariedade) defendeu que se houver a correção da Planta “deve ser guardado um porcentual para investimentos”. “A revisão é necessária, mas é preciso ampliar investimentos, não pode largar o orçamento solto. Tem que amarrar um porcentual de investimento”, argumentou. Caso contrário, a vereadora entende que o londrinense estaria pagando mais impostos para ter mais gastos com custeio e folha de pagamento.

Rony Alves (PTB) bateu de frente com a tese da revisão. “A gente ouve falar que Londrina tem um dos IPTUs mais caros do Brasil. É preciso aumentar o ICMS”, afirmou Alves. Ou seja: só com o crescimento econômico da cidade, com a instalação de novas empresas a Prefeitura poderia aumentar a sua arrecadação, sem aumentar tributos municipais. Para o petebista, a dificuldade de Londrina para atrair empresas não se dá pela distância do mar, mas por problemas de infraestrutura. “Somos a segunda maior cidade do Paraná e para chegar a uma rodovia duplicada a caminho de São Paulo precisamos andar 200 quilômetros em pista simples. Para Curitiba são 300 quilômetros em pista simples”, criticou Alves.

Nesse contexto de resistência à revisão da Planta de Valores, Vilson Bittencourt (PSL) destoou: “Acho que tem que ser reavaliada, porque é um pouco injusto uma pessoa morar num lugar extremamente valorizado e não pagar por isso”. Ele também disse acreditar que a Câmara pode puxar o debate. “Levando em consideração que nós representamos o povo, a discussão pode partir daqui. Como representantes legais da sociedade temos que levar essa discussão”, sustentou.

Fonte: Jornal de Londrina