Administração recua de cortes em escolas


Após a grande repercussão e críticas relacionadas à Circular Interna (CI) da Secretaria Municipal de Educação (SME) – que ordenava o remanejamento de docentes nas escolas a fim de cortar ou diminuir as horas extras pagas pela administração – o prefeito Alexandre Kireeff tentou minimizar os problemas relatados pelas escolas. De acordo com o prefeito, em sua página de uma rede social, houve orientação de que nenhum serviço ou atividade da rede fosse interrompido, bem como a hora atividade dos professores. 
"É importante deixar bem claro: é determinação minha que sejam mantidos todos os serviços de biblioteca, laboratórios, contraturno. Existem recursos financeiros e humanos para o cumprimento de tal orientação." 
Ontem, conforme levantamento realizado pela reportagem, a situação tinha voltado ao normal em várias unidades, com o retorno dos professores às suas atividades, incluindo nas escolas Eugenio Brugin e Ruth Lemos, onde houve relatos de falta de profissionais. A CI foi enviada na última sexta-feira e pegou muitos professores de surpresa, deixando os gestores indignados. A secretaria nominou funcionários que teriam de deixar seus postos e assumir salas de aula, sobretudo nos casos dos professores que atuavam nas bibliotecas, laboratórios de informática e pedagogos. Alunos ficaram sem professores, a menos de dois meses do fim do ano letivo. 
Em outra declaração, Kireeff justificou que a medida havia sido dirigida a apenas 140 professores, em um universo de mais de 3 mil profissionais da rede, para que houvesse a máxima racionalidade na utilização dos recursos públicos. "O critério utilizado foi, havendo possibilidade, substituir professores que ganhavam entre R$ 3,5 mil a R$ 5 mil de horas extras por professores que pudessem exercer as mesmas funções, mas a um custo de horas extras menor. Após avaliações, as substituições foram reduzidas para pouco mais de 50 professores", garantiu, destacando a contratação de cerca de 600 professores neste ano. 
A diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserv) declarou em nota que "a situação deve ser repensada e que decisões que afetam milhares de vidas diretamente não podem ser tomadas de forma unilateral, intempestiva e autoritária, sem a discussão com professores, diretores e supervisores". 
A reportagem tentou contato com a secretária de Educação, Janet Thomas, para saber quantas escolas tiveram suas atividades normalizadas, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. A secretaria alegou na CI que o remanejamento de professores é necessário para diminuir os gastos com horas extras e gerar uma economia de R$ 1,6 milhão.
Fonte: Folha de Londrina