Comunidade escolar elege diretores da rede municipal


Pais, professores e funcionários de 92 escolas municipais e centros de educação infantil de Londrina participaram ontem da escolha dos novos diretores. A expectativa era de que, aproximadamente, 40 mil pessoas participassem da votação, que seguiu até a noite. Ao todo, 154 candidatos se inscreveram aos cargos de diretor e diretor auxiliar. 

A rede municipal de ensino abrange 106 escolas e centros de educação infantil. Em 12 locais recém-construídos, o processo eleitoral não foi realizado para não comprometer o andamento dos projetos iniciais. "Como os trabalhos nesses espaços começaram neste ano, é importante que não haja ruptura", ressaltou a presidente da Comissão Eleitoral Central da Secretaria Municipal de Educação, Yolanda Gonçalves. 

Em outros dois locais não houve candidatos ao cargo. No Centro de Educação Infantil Marízia Carli Loures, no Jardim Santiago (zona oeste), e na Escola Municipal Professor José Gasparini, no Conjunto Farid Libos (zona norte), a secretária de Educação, Janet Thomas, irá indicar os novos diretores. O mesmo deve ocorrer nas escolas em que o candidato único não for escolhido. Conforme a secretária, "a indicação será feita considerando os profissionais da rede municipal que participaram da capacitação e que possuem a qualificação mínima exigida para o cargo". 

Para a atual diretora do CMEI Marízia Loures, Ana Paula Backon de Araújo, as dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos anos podem ter afastado os candidatos ao cargo. "É uma função de muitas responsabilidades e que precisa de autonomia para tomar decisões. Nós acompanhamos, neste último ano, uma nova organização na secretaria e esperamos melhorias", disse. Para 2014, estão previstas reformas no espaço que atende hoje 88 crianças. "Estou há quatro anos no cargo. Não me candidatei agora por questões pessoais e para dar oportunidade para outras pessoas", resumiu. 

Polêmica
A eleição ocorreu após a polêmica envolvendo um decreto publicado em setembro deste ano que modificou regras adotadas nos anos anteriores. No documento, a secretaria estabeleceu novos critérios para os candidatos ao cargo. Eles foram obrigados a frequentar um curso de capacitação com carga horária de 30 horas. Apenas quem apresentou o certificado de conclusão do curso conseguiu formalizar a candidatura. 

A capacitação foi oferecida de forma gratuita aos profissionais da equipe pedagógica. Para a presidente da Comissão Eleitoral, a polêmica e as dúvidas foram esclarecidas com o tempo. "A procura pelo curso foi grande, inclusive por professores que não pretendiam se candidatar", afirmou Yolanda. 

A secretaria recebeu um total de 781 inscrições. Os profissionais se dividiram em 15 turmas e frequentaram as aulas uma vez por semana, entre setembro e novembro. "O decreto estabeleceu que a capacitação fosse feita fora do horário de trabalho, o que não comprometeu o funcionamento das unidades." 

Os inscritos foram avaliados ao longo do curso. Com as noções de gestão pedagógica e de gestão administrativa, mais profissionais se interessaram pelo cargo. "A capacitação serviu para que eles conhecessem as limitações e as possibilidades que a função oferece", revelou. 

O curso agradou Elisabet Aparecida Mastelari, candidata à reeleição na Escola Arthur Thomas, na região central. "Aprendi bastante, mesmo já conhecendo a função. Achei ótima a ideia e vários professores tiveram a oportunidade de saber como funciona a gestão", contou. 

Além da capacitação, outras alterações causaram polêmica. O período do mandato foi estendido de dois para quatro anos e a reeleição pode ocorrer indefinidamente. "Nós apenas estamos respeitando a lei 5.969/1994 que regulamenta o processo eleitoral nas escolas municipais", explicou a presidente da Comissão Eleitoral. A posse dos diretores será no dia 20 de dezembro. 

Fonte: Folha de Londrina