Centrais discutem agenda unitária para ações em 2014


A União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou, na manhã desta quarta-feira (15), da primeira reunião unitária das centrais sindicais para definir as ações que serão realizadas no início de 2014.

Participaram da reunião dirigentes da CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central, CGTB, além de representantes do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). No encontro, foram discutidas duas pautas principais, o custeio do movimento sindical e a pauta de reivindicação unitária que o movimento sindical irá trabalhar durante a campanha eleitoral.

“Este foi um encontro muito positivo do ponto de vista de unidade de ação das centrais sindicais, principalmente porque estamos num ano eleitoral e de Copa do Mundo. Precisamos reafirmar nosso compromisso com os direitos trabalhistas, durante a realização do evento esportivo e avançar com nossa pauta de reivindicação durante o pleito eleitoral,” comenta Ricardo Patah, presidente da UGT.

Neste encontro, um dos temas mais discutidos foi o que se refere ao custeio da organização da classe trabalhadora, uma vez que a maioria das entidades defendem a manutenção da contribuição sindical e a CUT não.

Diante desse impasse, que já vem se alongando durante anos, a Central Única dos Trabalhadores se propôs debater internamente a questão desde que as centrais estipulem um número mínimo de representatividade de cada entidade para que haja o repasse da contribuição. “Nós da CUT, defendemos que o imposto sindical é uma forma de custear entidades que não tem representatividade, por isso somos contra essa arrecadação, mas topamos abrir um debate interno se, por exemplo, para receber a contribuição, cada entidade precise ter 10% da classe representada como associados”, afirma Sergio Nobre, secretário Geral da CUT.

“É positiva a proposta da CUT, porque quando se pensa em custeio sindical, normalmente as entidades se baseiam em sindicatos grandes, como metalúrgicos ou químicos, mas e as outras instituições que são menores e cumprem ações assistencialistas como serviços odontológicos e médicos e dependem dessa contribuição, elas não se manterão sem a assistencial e a sindical. Isso mostra que estamos lutando pelo mesmo ideal que é o fortalecimento da luta da classe trabalhadora,” diz Patah, que completa: “As centrais precisam defender o imposto desde que tenhamos alguma modificação”.

Os sindicalistas propuseram a criação de um Grupo de Trabalho (GT), constituído por dois integrantes de cada entidade para formular propostas. Esses nomes deverão ser entregues até a próxima segunda-feira (20) e os trabalhos se iniciarão imediatamente.

Bandeiras de luta sindical e as eleições 2014

A proposta dos sindicalistas presentes na reunião é de que haja uma revisão no documento unitário que foi entregue para a presidenta Dilma Rousseff, em março de 2013 e, se preciso, atualizar esse projeto e cobrar compromisso dos candidatos à presidente da República para com a luta da classe trabalhadora.

“Não adianta querer inventar a roda. As pautas do movimento sindical já existem, foram entregues a presidenta Dilma e não avançaram. O que precisamos é definir uma prioridade para essas pautas, pontuar três ou quatro itens e reapresentar antes que se inicie o processo eleitoral”, explica o presidente da UGT.

Nessa linha, o líder ugetista propôs que seja agendada uma audiência para o próximo dia 30, com a presidenta para discutir pontos específicos da agência trabalhista que podem e precisam avançar em 2014. “Não adianta levarmos 20 pautas se sabemos que não irão avançar, precisamos priorizar alguns pontos que podem ser acatados ainda este ano e agilizar um encontro com a presidenta”, diz Path.

A próxima reunião das centrais está agendada para o dia 27 de janeiro, na sede da UGT. Neste encontro se discutirá a realização de um ato unitário das centrais, que acontecerá dia 09 de abril, ainda sem definição de local e horário.

Prática Antissindical do MP

As ações promovidas pelo Ministério Público (MP) contra as organizações sindicais também foi um tema debatido no encontro. Segundo os dirigentes, o MP está interferindo, diretamente, na administração das entidades sindicais, uma vez que o órgão está tentando regular os mandatos sindicais. “Não é somente o Ministério Público que os sindicatos precisam enfrentar, mas também a fúria patronal e a ditadura midiática”, descreve Adilson Araújo, presidente da CTB.

Segundo Patah, é fundamental que as centrais sindicais se posicionem a respeito da atuação pública e como proposta importante que se altere a súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que permite a interferência do MP nas instituições sindicais.

Fonte: UGT