Servidores de penitenciárias protestam por melhores condições de trabalho


Servidores administrativos das duas unidades da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I e PEL II) aderiram ao protesto realizado em várias unidades penais do estado nesta terça-feira (11). Assistentes sociais, pedagogos, psicólogos, técnicos e agentes, entre outros profissionais, querem chamar a atenção do estado para as condições de trabalho no sistema penal do Paraná.
Os servidores passaram a manhã em frente às penitenciárias, alguns vestidos de preto. “Estamos em luto pelo descaso do Governo com o nosso trabalho”, desabafou a assistente social da PEL II, Cristina Coelho. Segundo ela, os servidores pedem isonomia salarial, gratificações e valorização da carreira.
Para Cristina, o Estado tem se preocupado apenas com os servidores de segurança e ignorando a parte administrativa. “Fomos esquecidos pelo Estado. Mas sem o trabalho dos técnicos, não é possível pensar o retorno das pessoas detidas à sociedade”, avaliou. Além disso, a assistente social ressalta que as unidades estão sucateadas, já que servidores aposentados não vêm sendo substituídos.
A reportagem tentou contato com representantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) em Londrina, mas até às 14h50 desta terça-feira (11), o diretor local, Adilson de Moura não havia sido localizado.
Agentes penitenciários
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), cerca de 90% das unidades prisionais do estado do Paraná estão com suas atividades paradas nesta terça-feira (11). Estão sendo realizados apenas os procedimentos essenciais e de emergência.
Segundo Edevaldo Ramos, representante do Sindarspen em Londrina, apenas os agentes da PEL II não soltaram os presos para o pátio nesta segunda. Na PEL, a rotina dos agentes está normal.
A paralisação é decorrente de uma rebelião em que um agente foi feito refém, na segunda-feira (10), em Curitiba. Em menos de três meses, aconteceram nove rebeliões nos presídios do Paraná, com doze agentes penitenciários feitos reféns.
A orientação do sindicato é para que na quarta-feira (12) o atendimento volte ao normal nos presídios. Enquanto isso, a entidade tem uma reunião marcada com a secretária de Justiça, Cidadania e Direito Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, às 16 horas desta quarta. Em outra frente, o sindicato também solicitou uma audiência com o Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (10), para discutir de quem é a responsabilidade por promover um levantamento preventivo de presos a serem transferidos da capital para o interior, ou vice-versa. Este último pedido ainda não teve resposta.
Seju
A Seju informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar em relação aos protestos já que a Secretaria não foi comunicada oficialmente sobre as ações. Por isso, a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direito Humanos disse que caso haja paralisação dos serviços isso será entendido como falta ao trabalho, uma interpretação com base legal, segundo a assessoria. 
Fonte: www.jornaldelondrina.com.br