Kireeff tenta acordo para evitar greve nas creches


Para evitar que 8 mil crianças fiquem sem o atendimento nos 56 Centros de Educação Infantil (CEI) filantrópicos, a Prefeitura de Londrina quer mediar hoje as negociações do reajuste no piso salarial dos professores.

O Sindicato das Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional (Secraso) diz ainda não ter apresentado nenhuma proposta ante os 22% de reajuste pedido pelo Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina (Sinpro), que aprovou indicativo de greve e marcou paralisação das atividades no próximo dia 24. Na última sexta-feira três filantrópicas tiveram atendimento afetado pela paralisação de funcionários.

A reunião marcada para as 11 horas é a primeira em que sentarão frente a frente os dois sindicatos, mediados pelo prefeito Alexandre Kireeff e pela secretária de Educação Janet Thomas. “Estamos fazendo reuniões há mais de um mês para saber as intenções de cada um. Primeiro sentamos com um e depois com o outro. Essa será a primeira com todos”, afirma Janet.

Valores

Na avaliação do Município, o reajuste proposto pelo Secraso é muito pequeno e a proposta solicitada pelo Sinpro é muito alta. “Nós demos um aumento de 7% a eles [Secraso] e eles propuseram um repasse de 5,57%. Achamos que podem avançar nessa proposta. E o Sinpro pede 22%. É um valor alto e eles podem trazer um valor melhor para a discussão.”

O presidente do Secraso, José Milton de Souza, nega ter proposto qualquer valor e diz que essa era uma possibilidade levantada pela secretaria.

Repasse

O argumento da secretária é de que ano passado o repasse do Município às instituições conveniadas foi 35% maior que no ano anterior, apesar do contingenciamento econômico. “[O Secraso] não passou os 35% para os professores porque usou a verba para pagar algumas contas. Então sabemos que eles têm certa possibilidade de fazer um reajuste maior esse ano.”

Ao mesmo tempo, Janet Thomas considera o indicativo de greve aprovado pelo Sinpro uma pressão a mais na reunião de hoje. “É precipitado fazer greve enquanto ocorrem as negociações”, ressalta.

A reivindicação do Sinpro é equiparar os salários dos professores dos CEIs filantrópicos ao valor recebido pelos profissionais que atuam nos centros de educação municipais, o que, segundo o Sinpro, era uma promessa de campanha de Kireeff. “O prefeito tem quatro anos para fazer a reposição e igualar o salário. Queremos um esforço dos dois sindicatos. Ano que vem a gente se compromete a dar uma reposição maior”, garante a secretária.

Eduardo Nagao, um dos diretores do Sinpro, afirma que o piso da categoria é de R$ 800, enquanto o dos professores dos CEIs municipais pode chegar a quase R$ 1.800. “A proposta [do Secraso] por enquanto é do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. Como o piso da categoria é pouco, queremos aumento de 22%. Houve promessa de campanha do prefeito de diminuir essa defasagem”, afirma Nagao. 

Fonte: Jornal de Londrina