Paralisação de professores deve deixar 100 mil alunos sem aula em Londrina e região


Pelo menos 100 mil alunos devem ficar sem aulas em Londrina e região na quarta-feira (19) por conta da paralisação de professores e funcionários das escolas públicas estaduais. A paralisação ocorre em todo Paraná e atende a uma pauta nacional da categoria, que também deve suspender atividades nesta quarta. Somente em Londrina, serão 42 mil alunos afetados com o protesto, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná (APP – Sindicato).

Em nota o APP – Sindicato explicou que uma das pautas da paralisação é o não cumprimento, por parte do governo estadual, na aplicação dos 33% de hora-atividade na jornada do magistério. Segundo o diretor do Sindicato em Londrina, Sidney da Silva, na prática isso quer dizer que cerca de 8 mil professores em todo o estado deixam de receber, pelo menos, uma hora-atividade por mês. “Pelas nossas contas isso implicaria em um valor de R$ 13 milhões na folha de pagamento do governo estadual.”

O APP – Sindicato afirma, ainda, que além de questões relativa aos holerites, funcionários e professores da rede estadual de ensino sofrem, há anos, com o precário serviço oferecido pelo Sistema de Atendimento à Saúde (SAS). Segundo Silva, o Sindicato tenta há pelo menos dois anos viabilizar um modelo de cooperação apresentado por professores e funcionários como solução para a melhoria do serviço prestado.

“Já realizamos diversas reuniões com o governo do estado e foi comprovada a viabilidade do modelo. Mas, infelizmente, o estado não coloca a questão em prática.”
O diretor do Sindicato em Londrina afirma que na cidade o único local que atende aos dependes do SAS é o Hospital Santa Casa.

“Por uma questão estrutural eles não conseguem atender à demanda. Então, temos muita dificuldade em realizar qualquer serviço de saúde, seja desde um simples exame ou consulta ou procedimentos mais complexos.”

Uma nova assembleia estadual está prevista para 29 de março. O diretor pontua que se até esta data não houver avanços com o governo estadual, poderá ocorrer greve por tempo indeterminada. “A greve não está descartada se entendermos que essa é a medida mais eficiente para sermos atendidos pelo governo.”

Seed defende que tem ocorrido melhorias

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) reforçou que a manifestação desta quarta-feira (19) atende a um movimento nacional que reivindica avanços para a classe. “Desde 2011, o Governo do Paraná tem implementado ações de melhorias e valorização dos profissionais da educação, como a equiparação salarial da categoria com os demais servidores de nível técnico do executivo e aumento salarial acumulado de 50,16%, em menos de três anos.”

Ainda no documento, a Seed afirma que na folha de pagamento referente a março será implantada a progressão salarial para os professores. “A implantação das progressões representa um investimento de quase R$ 8 milhões por mês em melhoria salarial para os professores que têm direito."

Além disso, a pasta aponta que em maio começa o pagamento das parcelas de 2013 das progressões e promoções de professores e, também, de outros funcionários da rede estadual da educação que têm direito ao benefício.

Fonte: Jornal de Londrina