Servidores fazem paralisação parcial e prometem greve geral a partir do dia 2


Servidores da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) iniciaram, nesta terça-feira (25), a “operação tartaruga”. Até o dia 1º de abril, funcionários de cada departamento vão cruzar os braços em algum momento do dia. Para o dia 2, está programado o início da greve por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleia realizada na noite de segunda-feira (24).

O primeiro setor a paralisar as atividades foi o sistema viário. Funcionários responsáveis pela manutenção de semáforos, sinalizações e pontos de ônibus, que deveriam iniciar expediente às 7 horas, só foram para as ruas às 10 horas, quando os agentes de trânsito cruzaram os braços. “Das 10 horas ao meio-dia, o trânsito vai ficar sem fiscalização e sem controle porque todos os agentes vão parar”, afirmou a representante dos agentes de trânsito, Elza Yuriko Hirosse.

Os agentes dos turnos da tarde e da noite também farão suas paralisações de duas ou três horas, assim como os servidores operacionais e os fiscais do transporte coletivo. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano), Luiz Carlos Viana, apenas os funcionários administrativos ainda trabalham normalmente.

A partir do dia 2, no entanto, todos os setores da CMTU serão paralisados pela greve, garantiu Viana. “Nós vamos fechar as portas da CMTU e as pessoas não poderão sequer recorrer de multas”. O maior impacto, no entanto, deve ocorrer no trânsito. “Se houver um acidente, não vai ter agentes para controlar o trânsito”, pontuou.

A situação deve se agravar com o início da ExpoLondrina, no dia 3 de abril. “A Guarda Municipal não pode cuidar do trânsito, a Polícia Rodoviária Federal não pode cuidar das marginais. O trânsito lá vai ficar sem controle nenhum”, adiantou o diretor do sindicato.

Reivindicações

Os cerca de 280 servidores pedem por melhores salários e condições de trabalho. Entre as reivindicações, querem 10% de aumento real nos salários, implantação de adicional por tempo de serviço de 1% ao ano, pagamento das perdas salariais de 33%.

“No acordo coletivo passado, a CMTU aceitou conceder plano de saúde, que era uma reivindicação antiga. A licitação deu deserta e o edital não foi mais publicado. Estamos sem plano até hoje”, contou Viana. Segundo ele, a criação do plano de carreira, cargos e salários (PCCS) – outro compromisso assumido pela CMTU – também não foi cumprida.

A CMTU informou, através da assessoria de imprensa, que permanece em negociações com os trabalhadores. Em nota, o presidente da companhia, Carlos Geirinhas, esclareceu que o momento exige bom senso de ambas as partes. “A situação é delicada e a CMTU não tem condições de atender a muitas das reivindicações feitas. Mesmo assim estamos buscando avançar no que for possível”, afirmou o presidente.

A nota afirma ainda que, em fevereiro, os funcionários da CMTU já receberam os salários reajustados em 5,26%, referente à reposição da inflação do período. O índice também foi aplicado no auxílio alimentação que passou para R$673,43.

Fonte: Jornal de Londrina