Em crise, Iapar pode entrar em greve dia 14 em Londrina


Depois de uma paralisação na terça-feira e de um protesto na Câmara Municipal no dia seguinte, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) planeja entrar em greve em 14 de maio, por conta da crise, que, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais na Área de Pesquisas Agrícolas e Agropecuárias (Sindpar), é “sem precedentes”. O governo do Estado, porém, prometeu atender as reivindicações até 12 de maio.

Celeiro de pesquisas da agricultura brasileira, a alegação sindical é de que o Iapar sofre um achatamento salarial geral. Após negociações no ano passado, o órgão obteve do governo um acréscimo de R$ 11 milhões no orçamento de 2014, para pagar o Plano de Cargos e Salários, que prometia aumentos de até 38% dependendo do cargo do funcionário. No entanto, esses repasses ainda não foram feito. Em 2013, houve duas paralisações.

Atualmente, o Iapar tem 1.232 cargos, mas somente 709 funcionários – 500 em Londrina. “Além da crise salarial que desanima, vivemos a crise da mão de obra”, enfatiza Ricardo Moura, presidente do sindicato. Pesquisas importantes, diz, são prejudicadas com a falta de motoristas, apoio administrativo e trabalhadores para a rotina de campo. “Temos funcionários que ganham apenas R$ 900 e se desdobram para não deixar tudo parar.”

Moura conta a própria experiência de 25 anos no instituto como exemplo da precariedade do órgão. Atualmente, ele é agente de ciência e tecnologia do Programa Café, segmento de pesquisas dedicado a desenvolver variedades mais produtivas e resistentes a pragas.

“O Iapar criou a técnica do plantio superadensado, aplicada hoje no País inteiro. Sem a técnica, plantavam-se 2 mil pés em um hectare de terra. Hoje, chegamos a 10 mil pés na mesma área. Temos experimentos com mais de 10 anos nesse campo e infelizmente contamos apenas com a ajuda de estagiários, desabafou.

O governo diz que pretende dar uma resposta aos funcionários em 12 de maio. Ontem, em razão do feriado, a assessoria da Secretaria de Agricultura do Paraná não teve expediente. O presidente do Iapar de Londrina, Florindo Dalberto, também não foi localizado pelo celular para comentar as saídas para a crise. 

Fonte: Jornal de Londrina