Greve de mais de 40 mil trabalhadores da Adidas e da Nike


A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), apoiam os trabalhadores que interromperam suas atividades, desde o dia 14 de abril, em uma disputa por melhores salários, seguro social e pelo direito de escolher seu próprio sindicato. Segundo a ONG China Labour Watch, dos cerca de 40 mil trabalhadores em greve, um número muito pequeno havia retornado ao trabalho.

Yue Yuen é uma empresa chinesa, com sede em Hong Kong e a maior produtora do mundo no setor calçado com fábricas no Vietnan e na Indonésia, além da China. Um total de 428 mil pessoas trabalham para a empresa, que é também a maior fornecedora das grandes empresas do setor: Adidas, Nike, Timberland, Converse e Puma.

A principal reivindicação dos trabalhadores é quanto à contribuição da cota de seguro social, que a empresa é obrigada por lei, a pagar. No entanto, os trabalhadores descobriram que a empresa contribuiu com menos do exigido ou, em alguns casos, chegou a não contribuir.

Há denúncias de que a empresa não fez o cálculo correto de pagamento de seguro social, pagando apenas o equivalente ao salário base que não inclui os adicionais por horas extras ou bônus. Assim, os salários reais, que geralmente chegam a ser o dobro do salário-base, foram calculados de forma incorreta. Isto significa que os pagamentos dos benefícios sociais estão muito abaixo do que realmente deveriam ser.

Durante uma marcha pacífica, os trabalhadores foram alvo de agressões por parte das forças policiais e registraram algumas prisões.

Como Yue Yuen é a maior fornecedora do setor de calçados, as empresas Adidas e Nike informaram que já começaram procurar novos fornecedores na região, de modo a aliviar o medo das suas partes interessadas. É importante observar que estas grandes empresas lidam, o tempo todo, com os problemas que surgem na sua cadeia produtiva e infelizmente não respeitam os legítimos direitos dos trabalhadores e nem assumem a responsabilidade pelo bem- estar dos trabalhadores apesar de gastarem milhões para assegurar a reputação da empresa.

Fonte: UGT