Quando a jovem Han Hye-kyung terminou o ensino mĂ©dio e conseguiu um emprego na Samsung, sua famĂlia comemorou com um churrasco. Dois anos depois, ela parou de menstruar. JĂĄ nĂŁo era capaz de andar em linha reta e, em seguida, os mĂ©dicos descobriram um tumor em seu cĂ©rebro, possivelmente decorrente do acĂșmulo de toxinas em uma das fĂĄbricas da gigante sul-coreana de tecnologia.
Han faz parte de um pequeno grupo de ex-trabalhadores sul-coreanos que revelaram o lado obscuro de uma das maiores empresas do paĂs. Eles afirmam que as condiçÔes de trabalho nas fĂĄbricas de produção da Samsung causaram centenas de doenças raras ao longo das duas Ășltimas dĂ©cadas, algumas fatais. A maioria das vĂtimas tem entre 20 e 30 anos.
A briga judicial entre os ex-funcionĂĄrios e a empresa acirra as discussĂ”es sobre a segurança e a responsabilidade corporativa das empresas na Coreia do Sul. Nos Ășltimos meses, a Samsung teve de dar explicaçÔes sobre a onda de doenças raras das quais seus funcionĂĄrios foram acometidos.
ÂNĂŁo hĂĄ nenhuma prova clara que ligue as doenças Ă s condiçÔes das fĂĄbricasÂ, afirmou a Samsung em um comunicado ao jornal americano Washington Post. A empresa destacou que ÂestĂĄ atendendo ou superando as normas de saĂșde e segurança de suas fĂĄbricasÂ. Contudo, alguns polĂticos e ativistas reforçam que os problemas de saĂșde envolvendo os trabalhadores provam que a empresa prima pela produtividade, em detrimento da segurança.
Recentemente, a Samsung pediu desculpas por sua Âfalta de atençãoÂ, pela dor e pelo sofrimento enfrentados por seus ex-funcionĂĄrios que sofrem com as doenças incomuns. A companhia prometeu compensação Ă s vĂtimas, mas claramente nĂŁo assumiu a responsabilidade dos fatos.