Sinpro apura denúncia de demissão em massa de professores da Uninorte


O Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina (Sinpro) investiga a denúncia de que mais de cem professores começaram a ser demitidos da Faculdade Norte Paranaense (Uninorte) no início desta semana. Professores dos cursos de administração e pedagogia da Uninorte já teriam sido comunicados formalmente sobre os desligamentos. “Alguns, inclusive, receberam um e-mail com as informações sobre as demissões”, disse o presidente do Sinpro, André Cunha, em entrevista ao JL nesta quarta-feira (2).

Segundo Cunha, os desligamentos estariam ocorrendo porque a Uninorte teria sido vendida ao grupo Kroton Educacional, o mesmo que já comprou a Universidade Norte do Paraná (Unopar). “A informação que nós temos é que o prédio e todos os alunos da Uninorte serão automaticamente vinculados ao Kroton. Os professores, no entanto, serão demitidos sem exceção”, contou.

A assessoria de imprensa do Kroton Educacional negou que o grupo tenha comprado a Uninorte. A assessoria de imprensa da Unopar também alegou que a informação do Sinpro não procede e que a universidade apenas locou o atual prédio da Uninorte, onde serão ministradas as aulas de seis cursos da Unopar a partir do segundo semestre. Segundo a Unopar, a utilização do espaço não deve culminar na transferência dos alunos da Uninorte ou na demissão dos professores.

Uma nota divulgada pela Uninorte no final da tarde desta quarta-feira afirma que a partir do próximo semestre, a faculdade funcionará em novo espaço e que nesta nova sede serão ministradas apenas as aulas do curso de Direito, deixando de ofertar os cursos de Administração e Pedagogia. A nota afirma que a faculdade fez um convênio com a Unopar para que os alunos destes cursos sejam transferidos para a instituição e não sejam prejudicados pelo fechamento dos cursos. A Uninorte vai se responsabilizar pela diferença das mensalidades até o final do curso, informa o texto.

Sobre as demissões, a nota diz que “a faculdade vai manter os docentes de Direito e no caso dos outros dois cursos o diretor acadêmico e os coordenadores estão verificando quem vai continuar, visto que serão reestruturados”.

Ainda assim, o presidente do Sinpro, André Cunha, afirmou que avalia que os funcionários estão sendo “demitidos indiretamente” e que, além de acionar a Justiça, vai convocar a Uninorte e Unopar para garantir que em caso de demissão os salários dos funcionários sejam pagos corretamente.

O chefe da fiscalização do Ministério Público do Trabalho em Londrina, Rogério Garcia Júnior, disse que tem conhecimento do caso apenas pelas informações fornecidas pelo Sinpro. “Estou aguardando a formalização da denúncia do sindicato para convidarmos a empresa para dar explicações e verificarmos esta situação.” Segundo Garcia Júnior, se o Sinpro formalizar a denúncia nas próximas horas, diretores da Uninorte poderão ser convocados a prestar esclarecimentos na tarde desta quarta-feira (2).

Fonte: Jornal de Londrina