O resultado preliminar de um levantamento feito pela Comissão de Seguridade Social da Câmara de Vereadores de Londrina aponta para a falta de equipamentos básicos, como termômetros, nas unidades de saúde do Município. A informação foi revelada ao JL na manhã desta sexta-feira (11) pelo vereador Vilson Bittencourt (PSL), membro da comissão. O relatório final deve ser apresentado assim que a comissão concluir as visitas no Pronto-Atendimento do Jardim Leonor e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará.

Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina foram visitadas pelos vereadores em um trabalho iniciado em abril deste ano. Em comum, a falta de equipamentos médicos, materiais de trabalho e profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros. Segundo Bittencourt, não é raro encontrar UBS onde os esfigmomanômetros – nome oficial dos aparelhos utilizados para medir a pressão arterial – são compartilhados entre os médicos.

“É uma falta geral de equipamentos, desde os mais complexos como as autoclaves [fornos onde é feita a esterilização dos instrumentos] até os mais simples, como medidores de pressão. Estes são compartilhados por dois, às vezes três médicos dentro da mesma UBS. Isso acontece com termômetros também”, revelou.

A carência de profissionais atuando nas unidades também foi identificada pelo levantamento da comissão. Em cada UBS os vereadores perguntavam qual era a escala atual e qual seria o número ideal de médicos, enfermeiros, e agentes de saúde. “Não sei se por medo, mas em uma UBS nos disseram que estava tudo bem, sem a necessidade de mais ninguém. Já em outras, nos disseram que seria ideal ter mais três médicos, pelo menos”, disse o vereador.

Para a urgência e emergência, a Secretaria Municipal de Saúde prevê a contratação de 25 novos médicos. Enquanto novos profissionais não chegam à UPA do Sabará – alvo de muitas críticas pela longa espera por atendimento -, a escala da unidade passará por mudanças. Os casos menos graves eram colocados no fim da fila; agora, dois médicos ficarão responsáveis por esse atendimento. Outro profissional ficará encarregado dos pacientes em estado de urgência e emergência. As medidas foram anunciadas pelo secretário Mohamad El Kadri durante a sessão de ontem da Câmara dos Vereadores.

A reportagem tentou contato com a diretora geral da Secretaria Municipal de Saúde, Suzana Verlingue, mas durante toda a manhã ela esteve em reuniões internas da pasta.

Secretaria diz que carência deve ser suprida com a compra de 300 itens

Pouco mais de 300 itens devem suprir a carência das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). É o que defende a Secretaria Municipal de Saúde que disse, no início desta tarde de sexta-feira (11), que a compra dos itens deve ser licitada em agosto e entregue até o final do ano. O investimento é de cerca de R$ 2 milhões, sendo R$ 1 milhão destinado à compra de itens básicos das UBS e o outro R$ 1 milhão aos itens mais complexos utilizados na UPA.

“Pelo calendário de compras do Município temos duas datas para licitação: abril e agosto. Portanto, vamos enviar à Secretaria de Gestão Pública no próximo mês todos os itens necessários para nossas unidades”, explicou o diretor da assessoria logística e manutenção de saúde, Patrick Fernando da Silva.

Ele afirma que entre os itens destinados às UBS estão desde termômetros, aferidores de pressão, mobiliários e ventiladores. Já para a UPA, a verba será destinada à compra de itens utilizados em situação de urgência e emergência como desfibriladores, monitores de acompanhamento cardíaco e autoclaves. “Vamos seguir o calendário determinado pela secretaria de gestão pública e, se tudo sair como previsto, em três ou quatro temos o processo concluído.”

Fonte: Jornal de Londrina