Professores da rede municipal de ensino de Curitiba suspendem a greve


Os professores da rede municipal de ensino de Curitiba decidiram, na tarde desta terça-feira (12), suspender a greve iniciada na segunda-feira (11). Eles vão voltar para as salas de aula na quarta-feira (13). A decisão foi tomada em assembleia, após a categoria se reunir com vereadores na Câmara Municipal. A mobilização era um protesto contra o cronograma do novo Plano de Carreira.
“Expomos quais alterações queremos no projeto de lei para a implantação do Plano de Carreira. Eles se mostraram favoráveis e declararam apoio político à pauta. Vamos formar um grupo de professores para junto aos vereadores reduzir o prazo [da implantação do Plano de Carreira]. Os vereadores vão intermediar com a prefeitura. Suspendemos a greve, mas vamos continuar cobrando a redução”, afirmou uma das diretoras do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Andressa Fochesatto, ao G1.
Os vereadores Pedro Paulo (PT), líder do prefeito; Paulo Salamuni (PV), que é presidente da Casa; Chico do Uberaba (PMN); Felipe Braga Côrtes (PSDB); Julieta Reis (DEM), Mauro Ignacio (PSB); Mestre Pop (PSC); Noemia Rocha (PMDB); Paulo Rink (PPS); Pier Petruzziello (PTB); Professora Josete (PT); Rogerio Campos (PSC); Serginho do Posto (PSDB); Tiago Gevert (PSC) e Toninho da Farmácia (PP) participaram da reunião. A Câmara Municipal informou que a comissão de professores deve se reunir já na próxima semana com os parlamentares.
De acordo com a prefeitura, 36% dos professores não foram às salas de aula na manhã desta terça-feira – porcentagem que equivale a 1.829 dos 5 mil profissionais do turno matutino. Ainda segundo a prefeitura, 131 de um total de 184 escolas estão em funcionamento durante a manhã terça, ou seja, 72% das escolas estão atendendo 26 mil alunos. Já conforme o sindicato, 70% das escolas não receberam alunos nesta terça-feira.
Os professores municipais começaram a greve na manhã de segunda-feira. À tarde, depois de uma reunião com as secretários de Recursos Humanos e de Educação – Meroujy Cavet e Roberlayne Roballo, respectivamente – e o secretário do Governo Municipal, Ricardo Mac Donald Ghisi, a categoria tinha decidido manter a paralisação porque, conforme o Sismmac, "a administração não quis negociar de verdade".
A prefeitura afirmou que, com a implantação do Plano de Carreira proposto pela administração municipal, os ganhos salariais dos professores municipais de Curitiba chegarão a ultrapassar os 56% ao longo de dois anos. De acordo com a prefeitura, os ganhos serão distribuídos imediatamente após a aprovação do Plano pela Câmara Municipal e são para todos professores. O caso real de professor em início de carreira, por exemplo, com 8 anos de serviço e somente com o curso superior, sem especialização e sem mestrado, sai de um salário de R$ 1.853 para R$ 2.011 – aumento de 11,58%, ainda conforme a administração municipal.
Porém, Andressa Fochesatto disse que a prefeitura tem se colocado intransigente na negociação. “Apesar de estarem abertos ao diálogo, estão fechados para a negociação. Queremos avanços concretos, não só conversa”, ressaltou.
Viviane Busato, que também faz parte da diretoria do Sismmac, havia afirmado, antes do início da greve, que o principal motivo da mobilização era o prazo de implantação do novo Plano de Carreira do magistério municipal previsto do projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores desde julho deste ano. “A minuta do projeto de lei no artigo 17 fala em 27 meses para implantação e não foi este o prometido em março deste ano. Nós esperamos que a prefeitura reduza este prazo. A nossa pauta é para que o plano seja aplicado em janeiro de 2015”, disse Viviane Busato.
Segundo a administração municipal, o impacto financeiro do plano é de R$ 78 milhões para beneficiar 12 mil servidores do magistério. “Com os novos movimentos de ascensão na carreira, durante a implantação, o valor total chegará a R$ 90 milhões”, informou a prefeitura por meio de nota.
Fonte: g1.globo.com/pr