Ex-conselheiros da Sercomtel devolverão salários de forma parcelada


Os quatro assessores da Prefeitura de Londrina que também exerciam funções como conselheiros da Sercomtel - prática considerada como irregular - vão devolver um total de R$ 66.436,24 à telefônica em parcelas. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (21) , quando venceu o prazo para a Sercomtel informar ao Ministério Público como obteria os valores de volta.

Os ex-conselheiros são o vice-prefeito de Londrina, Guto Bellusci (PSD); o secretário municipal de Governo, Paulo Arcoverde; o recém-nomeado presidente da CMTU, José Carlos Bruno de Oliveira; e o advogado Gustavo Lessa Neto. Os quatro assinaram nesta quinta os termos de confissão de dívida com a Sercomtel. O documento é um título que pode ser executado judicialmente caso não saldem os valores totais.

A telefônica ofertou aos ex-conselheiros a possibilidade de devolução dos recursos em parcelas mensais coincidentes com o total de meses em que trabalharam na telefônica acumulando cargos na Prefeitura. Os quatro, no entanto, decidiram diminuir o tempo de devolução e optaram por menos parcelas.

O novo presidente da CMTU, José Carlos Bruno, pagará R$ 8.394,03 divididos em quatro vezes. O secretário Paulo Arcoverde decidiu retornar R$ 9.298,70 em seis parcelas, enquanto o advogado Gustavo Lessa dividiu o pagamento dos R$ 6.651,45 em quatro parcelas.

O vice-prefeito Guto Bellusci devolve o maior valor: R$ 42.092,06, que serão parcelados em 15 vezes. Os valores foram corrigidos pelo INPC, acrescentados de juros de mora e devem ser pagos na sede da telefônica, no centro da cidade.

“A avaliação interna é de que como não houve má fé devolver tudo de uma vez seria complicado. O limite do parcelamento seria o total de meses que trabalharam, mas eles escolheram fazer os pagamentos em menos meses e encerrar o assunto”, explicou Claudemir Molina, diretor administrativo-financeiro da Sercomtel.

Demora é “inacreditável”, diz promotor

O promotor Renato de Lima Castro classificou como "inacreditável" a demora da Sercomtel em estabelecer os critérios para a devolução do dinheiro. "É um órgão público, com verbas a receber, e demora dois meses para estabelecer a forma dessa devolução? Inacreditável, ainda mais sob a perspectiva de uma gestão eficiente, conforme a Constituição Federal", declarou.

Fonte: Jornal de Londrina