BRF é condenada por trabalho escravo no Paraná


A BRF, detentora das marcas Sadia e Perdigão, foi condenada a pagar indenização no valor de R$ 1 milhão por causa das péssimas condições de trabalho em atividades de reflorestamento promovidas em uma fazenda arrendada no município de Iporã, Oeste do Paraná. 
A condenação é resultado de uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Umuarama no ano de 2012. A investigação constatou condições laborais precárias e trabalhadores vivendo em condições análogas à escravidão. 
O MPT constatou graves irregularidades trabalhistas na Fazenda Jaraguá, em Iporã. Os problemas iam desde jornada excessiva e condições precárias dos alojamentos, até a contaminação da água fornecida aos trabalhadores para consumo. "A situação encontrada configura trabalho degradante, já que foram desrespeitados os diretos mais básicos da legislação trabalhista, causando repulsa e indignação, o que fere o senso ético da sociedade", afirma o procurador do trabalho responsável pelo caso, Diego Jimenez Gomes. 
A BRF alegou que as atividades de reflorestamento eram feitas por empresa terceirizada, o que afastaria sua responsabilidade. A Justiça do Trabalho, contudo, entendeu que a empresa deveria ser condenada porque também é responsável pela garantia de um meio ambiente de trabalho saudável. 
Além do pagamento da indenização, a empresa deverá cumprir diversas obrigações quanto à higiene, saúde, segurança e medicina do trabalho, em relação a todos os trabalhadores que, de forma direta ou indireta, prestem-lhe serviços na atividade de reflorestamento. 
O valor da indenização será destinado à compra de veículos e equipamentos ao Ministério do Trabalho e Emprego, a serem utilizados em fiscalizações no meio rural. 
A BRF é uma gigante do ramo de produtos alimentícios que surgiu a partir da fusão entre Sadia e Perdigão, além de ser detentora de marcas como Batavo, Elegê e Qualy. 
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da BRF, que não atendeu as ligações.
Fonte: Portal Bonde com MPT