Ensino médio piora em 16 Estados e fica abaixo da meta


A qualidade do ensino médio público caiu em 16 Estados brasileiros, incluindo o Paraná, e o desempenho nacional ficou abaixo da meta estipulada pelo governo federal, segundo a principal avaliação educacional do País. As constatações estão presentes no Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que a cada dois anos avalia o desempenho dos alunos em provas de Português e Matemática. 

A nota do ensino médio no País permaneceu estagnada em 3,7 em 2013 na comparação com 2011, enquanto a meta era 3,9. Na rede pública, também permaneceu em 3,4, enquanto a meta era 3,6. No Paraná, o Ideb total no ensino médio - que considera rede pública e privada - caiu de 4 para 3,8 e na rede estadual, de 3,7 para 3,4. 

Para o diretor de comunicação da Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Luiz Carlos Paixão da Rocha, o ensino médio sofre uma crise de identidade entre a preparação dos alunos para o vestibular ou para o mercado de trabalho. Ele defende que esta etapa do ensino necessita de políticas mais efetivas e específicas por parte do governo, além de formação continuada dos professores e melhora na estrutura das escolas. 

A Secretaria de Educação do Paraná informou que os desafios apontados pelo ensino médio levaram à adesão ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio para buscar entendimento e soluções para esta fase do ensino. A secretaria informou que considera o Ideb importante e complementar para a definição de políticas públicas estaduais. 

Na rede privada, a nota no ensino médio caiu de 5,7 para 5,4. Mas, diferentemente do sistema público, as escolas particulares participam apenas dentro de uma amostra. O ensino médio é visto por educadores como a etapa mais problemática de todo o sistema educacional. 

Essa etapa é, primordialmente, responsabilidade dos Estados. A União, porém, tem o papel de induzir e sustentar políticas públicas para a melhoria. Quando os dados do Ideb de 2011 foram apresentados, o governo federal prometeu reformular o currículo, diminuindo o número de disciplinas. A mudança ainda não foi implementada. 

Nos anos iniciais, no Brasil, houve aumento da nota de 5 para 5,2 e superou a meta de 4,9. Nesta etapa, 21 Estados melhoraram suas notas. No Paraná, no índice geral do Ideb houve avanço de 5,6 para 5,9 e na rede estadual de 5,2 para 6,2. 

Nos anos finais, o Brasil apresentou um pequeno avanço de 4,1 para 4,2 e abaixo da meta de 4,4. Um total de 14 Estados apresentaram melhora. No Paraná, o Ideb geral ficou estagnado em 4,3 e na rede estadual passou de 4 para apenas 4,1, mas próximo da meta de 4,2. A Secretaria Estadual de Educação informou ainda que a mudança curricular pode ter sido um dos fatores que influenciou a melhoria. Esclareceu que vai intensificar as ações que está aplicando nas escolas que incluem o Plano de Ações Descentralizadas. 

Para Rocha, da APP-Sindicato, mesmo os índices melhores demonstram que os indicadores de qualidade são muito precários. Segundo ele, há a necessidade de medidas mais efetivas de valorização da educação pública. Ele lembrou que o Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que o total de recursos na educação hoje em 5% do PIB dobre em dez anos. No entanto, ele disse que é um desafio fazer a fiscalização para que isso ocorra na prática.

Fonte: Folha de Londrina  (Com Agências)