Município busca soluções para vandalismo


Torneiras arrancadas, bebedouros com o motor removido, toldos e coberturas danificados, furtos de eletrônicos e de materiais esportivos e a tentativa de incendiar a porta de uma das salas de aula. Estas são algumas das cenas vistas pela diretora Hylcéya Ferreira Palma em uma escola da zona sul de Londrina. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas oito ocorrências no local. A comunidade e o município tentam buscar alternativas para reduzir os casos de vandalismo e evitar surpresas desagradáveis. 

Conforme estatísticas da Secretaria Municipal da Educação, das 111 escolas e centros municipais de educação infantil (CMEIs), 27 unidades registraram um total de 48 ocorrências até o final do mês de julho. A quantidade de furtos e de atos de vandalismo foi maior na região oeste de Londrina. Das 20 escolas e CMEIs, sete sofreram algum tipo de dano ao patrimônio neste período. Na região leste, das 23 unidades, sete também registraram ocorrências. Em terceiro lugar está a região central de Londrina onde duas das nove unidades sofreram prejuízos. 

O levantamento não identifica os nomes das unidades escolares numa tentativa de preservar alunos e professores. O panorama das estatísticas é alterado quando a equipe da Secretaria Municipal de Educação considera apenas o número de ocorrências e de escolas prejudicadas. Na zona sul, por exemplo, os nove casos foram registrados em apenas dois locais. Na região, há 18 escolas e creches no total. Hylcéya, diretora de uma das unidades, conta que os furtos ocorrem com mais frequência nos finais de semana. 

"A gente acredita que eles roubam esses materiais para vender ou trocar por drogas. As seis torneiras de aço foram levadas duas vezes até que a gente optou por instalar torneiras de plástico. Aí o foco deles mudou", destaca. Em uma das ocorrências, os autores dos furtos conseguiram entrar na escola no horário de saída dos alunos e levar a bicicleta de uma das funcionárias. Nenhum dos oito casos foi solucionado. A diretora lamenta os danos e tenta estabelecer parcerias com a comunidade para fazer os reparos necessários. 

A falta de vigilantes preocupa pais de alunos, professores e funcionários. Há apenas uma câmera instalada no local e as imagens captadas são de um dos corredores que dá acesso a poucas salas. A escola também possui sistema de alarme monitorado. No entanto, conforme Hylcéya, o alarme só é disparado quando alguém entra em uma das salas. Dessa forma, os responsáveis pelos furtos conseguem andar pelo pátio com tranquilidade. 

O presidente da Associação de Pais e Mestres (APM) da unidade, Levi de Oliveira, reclama da falta de segurança. "Teria que ter vigilantes 24 horas. A prefeitura deveria dar mais atenção. A escola é um bem de todos", reclama. O filho dele de 7 anos estuda no local e ele teme a onda de furtos. No início de agosto, a escola passou a contar com vigias que se revezam nos postos de trabalho, mas, para Oliveira, a medida não é suficiente. 

A mesma opinião é compartilhada pela presidente do Conselho Escolar que atua na unidade, Sandra Regina Correia. Ela possui duas filhas na escola, uma com 6 e outra com 10 anos. "Aqui a comunidade é muito participativa. Pedimos a colaboração para que os vizinhos chamem a polícia e entrem em contato com alguém da escola assim que perceber a ação de vândalos, mas é difícil. Nem todos os pontos conseguem ser monitorados pelos vizinhos", explica. "Durante a semana, as aulas acabam tarde. É preciso garantir a vigilância, pelo menos, nos finais de semana", ressalta. Mesmo com o alto índice de ocorrências, a procura por vagas na unidade é grande e há fila de espera. A escola atende 610 alunos do EI6 ao 5º ano do ensino fundamental.

Fonte: Folha de Londrina