Congresso Nacional abre comemorações do Novembro Azul


O Congresso Nacional ganhou iluminação especial nesta segunda-feira (3) e realizou sessão solene para marcar a celebração do Novembro Azul, campanha de conscientização sobre o câncer de próstata.

A campanha realizada pelos parlamentares pelo segundo ano consecutivo também marca os 26 anos do Dia Nacional de Combate ao Câncer. A sessão presidida pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS) foi uma iniciativa da senadora Ana Amélia (PP-RS) e do deputado Jorge Silva (Pros-ES), que é médico urologista.

Até o fim deste ano devem ser registrados 68,8 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca). É a segunda doença que mais mata a população masculina no país, depois do tumor de pele.

A próstata é uma glândula masculina localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. O câncer de próstata atinge principalmente homens acima dos 50 anos. Histórico familiar, obesidade, alcoolismo e tabagismo são fatores de risco para a doença.

Toque

Dieta balanceada, exercícios físicos e exames periódicos são formas de prevenção. O teste PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês) pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata. O toque retal, no entanto, ainda é o exame mais comum e dura menos de 15 segundos.

- O toque retal ainda é encarado com preconceito no Brasil. Os homens têm mais cuidados com a manutenção do carro do que com a própria saúde. As mulheres é que os levam ao consultório médico – disse a senadora Ana Amélia.

Se diagnosticada no início, a doença tem chances de cura em mais de 90% dos casos. Em estágio avançado as chances caem para 35%. Pesquisa realizada com 5 mil homens em seis capitais do país revelou que quase a metade (44%) dos entrevistados nunca foi a um urologista.

- O governo tem que investir mais no homem. Se o Ministério da Saúde dotasse 10% da sua verba no câncer de próstata, nós teríamos possibilidade de tratar também o estágio avançado com as novas terapias, as novas drogas – afirmou Carlos Eduardo Corradi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

A presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, também lamentou que boa parte da população não consiga ter acesso a um urologista por meio do Sistema único de Saúde (SUS) ou de fazer uma biopsia, nem fazer o melhor tratamento disponível.

 

Projeto

Na semana passada o Senado aprovou projeto do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que determina a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na prevenção e detecção do câncer de próstata e altera de 40 para 50 anos a idade mínima da população masculina a ser beneficiada com exames (PLS 34/2005).

- Somente neste ano, entre 14 mil e 15 mil brasileiros deverão ir a óbito em decorrência da doença. Perdi vários amigos queridos, ainda em torno de 50 anos, porque não houve o diagnóstico precoce, mas tenho certeza de que estamos no caminho certo – disse o parlamentar.

Já o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) destacou iniciativas que fortalecem o atendimento aos pacientes na região de Rondônia, como a construção do Hospital do Câncer da Amazônia.

- A doença envolve toda a família, que às vezes vende tudo o que tem para tentar salvar o parente – lamentou.

Programação

Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado Pela Vida e a idealizadora da campanha explicou que durante todo o mês haverá a participação de mais de mil empresas com a realização de palestras, mutirões de saúde, corridas e caminhadas. O enfoque na mudança do estilo de vida, contra o sedentarismo e a obesidade.

Além disso, centenas de monumentos pelo país ganharão iluminação azul. Entram na lista até circuitos de corrida automobilística e estádios de futebol, para levar a campanha “onde o homem está”.

Um paciente me procurou e disse que, por causa da nossa campanha no ano passado, ele foi ao médico e conseguiu se curar.  Acho que cumpri meu papel como cidadã e é esse o papel do Instituto – comemorou.

 

Fonte: Agência Senado