Escolas enfrentam problemas de segurança


Atualmente, o ambiente escolar vive em clima de suspense. Precisa lidar com a multiplicação de acontecimentos violentos, sejam eles decorrentes de atos individuais ou coletivos que incitam e banalizam a violência nas instituições de educação. E esse sentimento de insegurança pode ter desdobramentos no comportamento dos alunos dessas instituições, que podem desenvolver comportamentos violentos e de agressividade e estimular conflitos e desavenças dentro do ambiente escolar, corrompendo a aprendizagem e estimulando a criminalização precoce desses indivíduos. Em Londrina, as ocorrências de vandalismo, arrombamentos e furtos nas escolas municipais e em centros de Educação Infantil aumentaram 105,55% no período de um ano. 

Em 2013 foram registradas 72 ocorrências, das quais 28 foram casos de arrombamento, 37 foram furtos e sete casos foram de vandalismo. No ano passado, foram registrados 148 casos, dos quais 70 foram arrombamentos, 62 foram furtos e 16 foram de vandalismo. Nesse mesmo período, houve um aumento de 89 unidades escolares para 111, crescimento percentual de 24,71%. Ou seja, mesmo com o aumento do número das escolas, o número de ocorrências relacionadas a vandalismos, arrombamentos e furtos cresceu acima do esperado. 

As unidades campeãs de ocorrências são as escolas municipais Mábio Gonçalves Palhano, do Parque Ouro Branco (Zona Sul), com nove ocorrências registradas, e a Ruth Lemos, localizada no Conjunto Luiz de Sá (Zona Norte), com sete casos. Em terceiro lugar está o Centro Municipal de Educação Infantil Valéria Veronesi, a Super Creche (Centro), com cinco ocorrências, a maioria delas registradas durante o mês de junho. O curioso é que em 2013 essa unidade não havia registrado nenhuma ocorrência. E em quarto lugar está a Escola Municipal Salim Aboriham, também localizada no Conjunto Luiz de Sá (Zona Norte). 

A secretária Municipal de Educação, Janeth Thomas, ressaltou que a sua pasta vem realizando um trabalho pelo qual incentiva os diretores a entrarem em contato com a comunidade, por meio do Conselho Municipal de Educação e pelas associações de Pais e Mestres, para mostrar que os objetos que estão sendo roubados e destruídos não são da escola, mas da comunidade. 

"Isso é uma coisa que nós deixamos bem claro. Além disso, incentivamos a comunidade a se envolver mais com o ambiente escolar. As pessoas que residem no entorno da escola acabam se tornando parceiras", explicou. Entre as iniciativas que envolvem a comunidade, ela citou os projetos em que alunos e a comunidade são estimulados a pintar muros, com o auxílio de alunos da Universidade Estadual de Londrina. 

"Como resultado disso, em duas escolas a própria comunidade se mobilizou e os bandidos acabaram devolvendo os equipamentos furtados", ressaltou. Ela explicou que entre os objetos mais furtados estão equipamentos de som e outros eletrônicos, mas no último ano houve também o aumento do furto de alimentos que deveriam ser utilizados na merenda escolar dos alunos.

Fonte: Folha de Londrina