Trabalhadores protestam contra perda de direitos


As seis centrais sindicais - Central Única dos trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) – realizam amanhã um protesto que foi batizado como o Dia Nacional de Lutas que acontecerá a partir das 10 horas da manhã em São Paulo e em outras cidades brasileiras, inclusive em Curitiba. 

Em São Paulo, foram escolhidos os prédios da Petrobras e do Ministério da Fazenda na Avenida Paulista. Em Curitiba, o protesto acontece em frente à agência do INSS que fica próximo da Praça Santos Andrade, no centro da capital. 

A ideia dos sindicalistas de São Paulo é entregar documentos para as diretorias da Petrobras e do Ministério da Fazenda sobre a linha econômica adotada pela nova equipe da presidente Dilma Rousseff. Além disso, o objetivo é chamar a atenção para o escândalo de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato. No Paraná, o foco será protestar contra as Medidas Provisórias 664 e 665 anunciadas pelo governo federal que, segundo o vice-presidente da CUT-PR, Márcio Kieller, vai trazer perda de direitos nas áreas relacionadas à Previdência Social, ao seguro-desemprego e ao seguro defeso. 

"O governo quer alterar as regras do seguro-desemprego, mas não ataca o cerne da questão que é a alta rotatividade dos trabalhadores provocada pelas demissões", disse. Ele criticou ainda que as novas medidas foram feitas à revelia dos trabalhadores. 

"Vamos fazer o protesto em defesa do emprego e contra a redução de direitos", disse Kieller. Segundo ele, são esperadas cerca de mil pessoas no protesto de Curitiba. "Queremos que o governo reveja as medidas e não prejudique o trabalhador", afirmou o presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza. 

Segundo Souza, os funcionários das montadoras e metalúrgicas de Curitiba e Região Metropolitana também devem fazer protestos na porta das fábricas amanhã no início de cada turno. 

Diálogo
Na semana passada, representantes das centrais tiveram uma reunião em São Paulo com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; da Previdência Social, Carlos Gabas; do Planejamento, Nelson Barbosa; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. 

Os sindicalistas pediram o fim das Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo federal no último dia 30 de dezembro, relacionadas à Previdência Social, ao seguro-desemprego e ao seguro defeso. Após a reunião, coube a Rossetto dizer que estava aberto o diálogo com os sindicalistas e que o governo iria fazer reuniões técnicas para explicar a necessidade das medidas. 

Na ocasião, segundo os sindicalistas, os ministros foram informados sobre o ato de amanhã e que os trabalhadores continuarão mobilizados para derrubar as MPs. 

Segundo sindicalistas, além do conteúdo das medidas, a forma como elas foram anunciadas trazem um sentimento de "traição" por parte do governo. 

De acordo com os sindicalistas, no fim da semana passada já houve uma reunião técnica com o governo em Brasília, mas sem avanços. E outras devem ser agendadas. Independentemente disso, as centrais já se mobilizam para mais uma mobilização, no dia 26 de fevereiro, quando pretendem reapresentar a pauta de reivindicações.

Fonte: Folha de Londrina (Com agências)