Professores da rede estadual protestam contra desmonte da escola pĂșblica


Cerca de 300 professores da rede estadual de Londrina e região se reuniram, na manhã desta terça-feira (3), em frente ao maior colégio estadual da cidade, o Vicente Rijo, no centro, para protestar contra o caos ibnstalado na educação pública paranaense. Portando faixas e cartazes os manifestantes chamaram o governador Beto Richa (PSDB) de caloteiro - pelo não pagamento das férias e das rescisões dos temporários. A uma semana do início das aulas a situação nas escolas é de caos generalizado. Falta de tudo, desde professores e funcionários, até merenda e material de higiene e limpeza.

Em faixas de protesto, os docentes reclamaram do descaso com do governo com a educação. Uma das faixas, assinada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP-Sindicato de Londrina), os profissionais pedem o "fim do desmonte da escola pública". Querem também o fim da superlotação nas salas de aula e que o ano letivo comece com professores suficientes em todas as instituições.

Em outro cartaz, uma manifestante clama: "Sou professora, não mereço ser roubada por um playboy", referindo-se ao governador Beto Richa (PSDB). Outro "grita": "Beto Richa: roubou os professores e aumentou o seu salário. Queremos justiça". Os docentes também pediram que o governador pague as férias atrasadas.

O presidente da APP Sindicato em Londrina, Marcio André Ribeiro, disse que o contingenciamento de verbas do governo do estado inviabiliza o início do ano letivo. Segundo ele, a demissão de servidores e a falta de verbas compromete a atividade pedagógica. Ele citou o exemplo do Colégio Newton Guimarães, onde dá aulas, que demitiu dez funcionários. “Com o fim das atividades especiais o colégio vai atender, no período da tarde, 600 alunos com idades entre 10 e 12 anos apenas com dois pedagogos e três funcionários. Fica inviável trabalhar desta maneira uma educação de qualidade no Paraná”, afirmou.

O diretor estadual da APP Sindicato, Arnaldo Vicente, informou que manifestações semelhantes ocorreram em Arapongas e Apucarana nesta manhã. Após o protesto em Londrina, uma reunião interna seria realizada para avaliar e refletir sobre os rumos do movimento. No próximo sábado (7), a categoria dos professores fará uma assembleia geral estadual em Guarapuava, onde são esperadas 5 mil pessoas.

NRE minimiza problemas

A chefe do Núcleo Regional de Ensino em Londrina, Lúcia Cortez, minimizou a gravidade da situação. Segundo ela, que estava em reunião com pedagogos do próprio Vicente Rijo nesta manhã, o momento é de readequação da rede para iniciar o ano letivo.

“Nós estamos convocando mais de 500 professores que fizeram concurso e distribuindo aulas. Depois, dependendo da demanda, chamaremos temporários”, esclareceu. Sobre o fundo rotativo para as escolas, Lúcia disse acreditar que será depositado nesta noite. Se não for, certamente será feito nesta semana, garantiu. Segundo ela, o momento é de crise não só no governo do Estado, mas no país, e é preciso enfrentar a situação sem prejudicar a educação.

Caos

Reportagem do JL da edição desta terça-feira (3) revelou que a uma semana do início das aulas na rede estadual de ensino, o cenário é de total abandono nas escolas de Londrina e região. Segundo a APP-Sindicato, faltam professores, pedagogos, funcionários, merenda e materiais de higiene e limpeza. Até atividades contraturno foram extintas.

Além da redistribuição de aulas, o não pagamento do terço de férias ou a rescisão de professores que haviam sido contratados em regime temporário (conhecidos como PSSs), as escolas estaduais receberam um novo comunicado no início desta semana, confirmando mais um corte de funcionários.

Fonte: Jornal de Londrina