Professores lotam audiência na Alesp e tumulto em entrada deixa um detido


Professores estaduais em greve entraram em confronto com policiais militares na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da capital paulista, na tarde desta quarta-feira (22). Um professor foi detido e conduzido ao 36º Distrito Policial, na Vila Mariana.

A confusão ocorreu quando um grupo forçou a entrada no plenário Juscelino Kubistchek, que já havia atingido o limite máximo de lotação. Policiais tentaram evitar a entrada e houve atrito entre manifestantes e a polícia. Um policial ficou ferido e uma porta de vidro foi quebrada.

Os professores participariam de uma audiência pública intermediada pelo presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), e pela bancada do PT para discutir as reivindicações da categoria. Após a confusão, Capez recebeu uma comissão de professores.

Por volta das 19, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel, disse que "foi tudo devidamente resolvido." Ela atribuiu o problema à exigência de senha, mas afirmou que a audiência havia sido combinada previamente. A dirigente estima que cerca de 500 professores foram à reunião.

A audiência, que seria realizada no plenário Franco Montoro, foi transferida para o plenário Juscelino Kubistchek, que é maior. Mesmo assim não foi possível acomodar todos.

Na semana passada, os professores, em greve desde 13 de março, ocuparam durante 24 horas as galerias da Assembleia Legislativa. Eles decidiram deixar o prédio por causa da audiência pública marcada para ocorrer nesta quarta-feira.

O deputado estadual Professor Auriel (PT) contou que a confusão ocorreu por causa da demora na liberação dos manifestantes e pelo excesso de pessoal. "Era muita gente e o pessoal está em situação difícil", afirmou.

De acordo com o parlamentar, o manifestante envolvido na confusão estava tentando proteger a própria mulher em meio ao empurra-empurra quando a porta de vidro quebrou e feriu a mão do policial.

Segundo o deputado, o professor chegou a ser algemado antes de ser levado à unidade policial dentro da Assembleia, mas de lá seguiu no carro parlamentar até a delegacia. Ele e o policial devem ser submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) antes de serem liberados.

Reivindicações
Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.

O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.

O sindicato alega que a Secretaria de Estado da Educação acenou com 10,5% de aumento para apenas 10 mil professores que se saíram bem em uma prova, ignorando outros 220 mil profissionais da rede.

Os professores também pedem melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes. A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.

 

Fonte: g1.globo.com