Base sinaliza com reajuste de 8,17 por cento para servidores


Ninguém ainda admite abertamente, mas é provável que o impasse em relação ao reajuste para o funcionalismo estadual possa ser finalizado nesta semana. A aposta é da bancada aliada da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, que se reúne hoje pela manhã com o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD) no Salão Nobre da Casa. O reajuste deve ser mesmo de 8,17%, pois a própria base do governo não aceita os 5% proposto pelo Executivo e, havendo um acordo, a mensagem da proposta deverá ser encaminhada para a AL amanhã. Só estaria faltando bater o martelo em relação à forma de pagamento da data-base, a princípio em duas parcelas ainda neste ano. 

"Acho que o governo está avançando e os sindicatos dos servidores também estão avançando nos seus posicionamentos. Tenho absolutamente certeza que o trabalho que estamos fazendo é garantir que o diálogo vença a intolerância. Espero que o projeto que trata do reajuste possa chegar até esta quarta-feira na Assembleia, temos que resolver esta situação", disse o líder do governo na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). 

Segundo ele, nas diversas reuniões realizadas com representantes do governo foi manifestado o posicionamento dos deputados da base para que seja aplicado o índice pleno do IPCA (8,17%), mesmo que seja necessário haver algum tipo de parcelamento na implantação deste reajuste, principalmente por causa do problema de caixa. "Estamos próximos de um entendimento para o governo enviar para a AL o projeto", completou o deputado. 

Para a concessão do índice, entretanto, algumas despesas que deveriam ser quitadas neste ano terão que ser postergadas para 2016. Além disso, um dos desafios do governo será atender demandas na gestão de políticas públicas e de compromissos que o governo assumiu ainda na greve em fevereiro, como a implantação e pagamento das promoções e progressões dos educadores. "É inegável que precisamos avançar e superar este momento que estamos vivendo para retomar a normalidade", ressaltou Romanelli. 

O presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), reforçou o discurso favorável para que se chegue a uma solução. "O momento é crítico, nós temos que fazer com que os professores voltem às salas. Temos que trabalhar com a razão e não somente com a emoção. O problema é que se chegar um projeto sem um entendimento nós vamos ter mais um conflito e não tenho esse desejo, ninguém tem. Os próprios parlamentares da base do governo não têm a menor vontade de estabelecer um novo confronto", afirmou. 

OPOSIÇÃO


Segundo o deputado Tadeu Veneri (PT) o impasse só vai terminar se o governo confirmar que vai encaminhar para a Casa o projeto sobre a data-base. "Penso que o governo possa chegar num índice até amanhã (hoje). Temos a maior disposição em votar o mais rápido possível. O que não pode acontecer são as pessoas continuarem a ser prejudicadas", destacou. 

Conforme a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), Marlei Fernandes, a categoria ainda vê com resistência a ideia de parcelar o reajuste. "Se vier este ano a gente teria que fazer um debate, mas desde que tenha uma proposta concreta. Já um parcelamento que vai até o próximo ano não tem a mínima condição", disse. Segundo ela, os servidores têm cobrado do governo a apresentação de uma proposta. "A categoria quer voltar para a escola, mas tem um sentimento de que a gente não pode ter perdas."

Fonte: FOLHA DE LONDRINA