No aniversário de 50 anos de Richa, professores protestam e levam bolo


Cerca de 100 professores e servidores públicos de outras categorias fizeram um ato de protesto em Curitiba, em frente à casa do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), na manhã desta quarta-feira (29). Observados por policiais militares, que acompanharam toda a manifestação, os servidores prepararam um café da manhã na calçada em frente ao prédio do tucano, na Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, no bairro Mossunguê, e também “comemoraram” o aniversário de 50 anos do governador, completados hoje, com um bolo e até uma “telemensagem”.

“É uma mensagem de desaniversário, para lembrá-lo do tratamento que ele deu aos servidores”, comentou Walkíria Olegário Mazeto, diretora Educacional da APP-Sindicato, entidade que representa os servidores da educação no Paraná.

O ato ocorre em função dos três meses da repressão violenta da Polícia Militar contra professores que, do lado de fora da Assembleia Legislativa, no Centro Cívico, se manifestavam contra o trâmite do projeto de lei que alterava o fundo de previdência dos servidores.

Os manifestantes ficaram em frente à casa do governador entre 6h30 e 9h30. À tarde, em Curitiba, eles devem distribuir pedaços de bolo na Boca Maldita, no centro da cidade. Protestos para lembrar a data também estão previstos em outras cidades do Paraná.

Em Londrina

A manifestação para lembrar os três meses desde o 29 de abril também foi realizada no Calçadão de Londrina na manhã desta quarta-feira (29). De acordo com o diretor da regional da APP, Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, o ato é para lembrar o que ele define como o “Massacre do Centro Cívico”. “Quase 90 dias depois, o governador [Beto Richa (PSDB)] mantém a truculência. Agora de forma mais subjetiva.”

“Ele suspendeu projetos importantes como o PDE [Plano de Formação de Professores], que deveria ser discutido neste início do segundo semestre, mas foi prorrogado até 31 de dezembro. Ou seja, fica para o próximo ano.” Gonçalves também reforça que, durante a primeira greve deste ano, o governo chegou a prometer a abertura de editais para corrigir as deficiências de funcionários no setor educacional. De acordo com o diretor da APP, ainda não há data para que isso ocorra.

Licenças especiais

Durante a manifestação na capital, representantes da APP-Sindicato também reclamaram da decisão do governo estadual de prorrogar a suspensão das licenças especiais dos professores. Inicialmente, a suspensão valeria somente até o final deste mês, mas a Secretaria de Estado da Educação (Seed) confirmou que a decisão da pasta é prorrogar a suspensão até o final do ano.

Segundo a assessoria de imprensa da Seed, a pasta não tem orçamento suficiente para autorizar os afastamentos. Já a entidade reclama que o fim da suspensão das licenças especiais era um dos itens do acordo que permitiu o fim da greve dos professores, no início de junho.

Outro lado

Sobre o protesto, a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu divulgou uma nota à imprensa, na qual sustenta que há um esforço do governo do estado em atender às reivindicações dos professores e “assegurar melhorias à categoria”.

“Já foram contratados mais de 23 mil profissionais da Educação. Além disso, os professores da rede pública paranaense, que representam dois terços de todo o funcionalismo do Estado, receberam 60% de elevação salarial acumulada nos últimos quatro anos. O Paraná paga uma das melhores remunerações iniciais à categoria. Para 40 horas trabalhadas por semana, os professores do Paraná recebem uma remuneração mensal de R$ 3.194,70”, diz a nota.

Nas redes sociais, em perfis oficiais, o governador Beto Richa não comentou o protesto.

Fonte: Jornal de Londrina