O Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Macronorte identificou problemas ergonômicos, de higienização de espaços e de e acesso a serviços de saúde na planta do frigorífico JBS em Frederico Westphalen (RS). As irregularidades foram flagradas em força-tarefa do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS), realizada em junho deste ano.
Os setores mais problemáticos para a saúde dos trabalhadores, de acordo com o Cerest, são os de abate, cortes, desossa e embutidos. Eles emitem o maior número de Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) da fábrica. Além disso, foi observado espaço insuficiente para os trabalhadores, como no setor de cabeças.
O relatório ainda destaca problemas dos setores de atendimento médico, como falta de registro de atendimento de Enfermagem, ausência de responsáveis técnicos na farmácia, estrutura insuficiente de atendimento, falta de materiais e procedimentos que dificultam o atendimento médico, especialmente em urgências e emergências.
A empresa também desrespeita a cota para a contratação de pessoas com deficiência (PCDs) e norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) referente ao afastamento de trabalhadores com afecções cutâneas, feridas, supurações, infecções respiratórias, gastrointestinais e oculares da linha de fabricação.
Mudanças – O Cerest recomendou à unidade a criação de ouvidoria, aberta a queixas dos trabalhadores; realização de análise estatística efetiva de acidentes e adoecimentos, para projetar ações de prevenção e reabilitação; ampliação da equipe do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), com a adição de psicólogo, fisioterapeuta e assistente social; efetivo uso do sistema de rotatividade de funções e cumprimento das pausas, que são definidas em regulamentação.
O Cerest planeja acompanhar as alterações feitas pela empresa, apresentando o relatório em detalhe, analisando os processos de trabalho dos magarefes e desossadores e realizando reuniões com a equipe do SESMT para discutir o processo de trabalho, especialmente quanto à necessidade de humanização nos atendimentos prestados pelo ambulatório.
O frigorífico foi inspecionado em junho por força-tarefa do MPT-RS, com a participação do movimento sindical e entidades de promoção da segurança no meio ambiente de trabalho. O relatório foi elaborado por Alberto Rogério de Carvalho (técnico de Enfermagem e coordenador do Cerest Macronorte), Bianca Nunes Zanchi Silva (assistente social), Cíntia Corrêa Blini (fonoaudióloga), Fabrício Alex dos Santos (técnico em segurança do Trabalho), Fabrício Alex dos Santos (enfermeiro) e Juliana Lima Barbosa Fiuza (médica do Trabalho).
Fonte: Portal Ministério Público do Trabalho