Bancários entram em greve na próxima terça


O sindicato dos bancários de São Paulo decidiu, em assembleia realizada nesta quinta (1°), entrar em greve a partir do dia 6 de outubro.

 A decisão é igual às dos sindicatos de mais 19 Estados (além do Distrito Federal) e ocorre depois de negociação com a Febraban (federação dos bancos).

 De acordo com o Procon-SP, com a greve dos bancários, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento (leia quadro ao lado).

 Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, a entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

 Segundo a federação, o consumidor tem à disposição vários canais alternativos para realizar as transações.

 Os bancários haviam recebido uma proposta de 5,5% de reajuste nos salários, além de R$ 2.500 de abono fixo. A categoria pede reajuste salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda da inflação.

 Pelos cálculos do Sindicato dos Bancários, a "perda real de 4%" significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.

 Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do comando nacional, esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004.

 "Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses. As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito", disse.

 A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014.

 raio-x da greve

número de bancários 500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP

 o que querem reajuste de 16% (5,6% de aumento real)

 o que oferecem os bancos 5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo

 reajuste mais recente 2,02% acima da inflação, em 2014

 

Fonte:Folha De S.Paulo