Ao fim de mandato, Kireeff prevĂȘ dificuldades em ano eleitoral


As dificuldades na gestão financeira diante de um cenário de crise, a aprovação do plano de saneamento e de ajustes na Caapsml e o cenário político agitado devido às eleições municipais são as preocupações do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) para 2016. Em entrevista concedida no início da semana, ele também disse que ouve pessoas para decidir se tenta a reeleição neste ano e critica seu partido atual, o PSD, devido à "dificuldade de personalidade" que faz com que a legenda esteja na base de apoio de governos de partidos diferentes. 

Kireeff terminou o terceiro ano de mandato com aprovação pessoal de 70% dos londrinenses e com 60% de aprovação de governo, segundo pesquisa feita pelo Instituto Multicultural em parceira com a Folha de Londrina e a Rádio Paiquerê. Concluiu o terceiro ano de mandato controlando as contas públicas à rédea curta, sem suspeitas de corrupção envolvendo seu governo e com um bom relacionamento com a Câmara Municipal de Londrina (CML). 

Na expectativa para 2016, põe como prioridades a manutenção do equilíbrio fiscal, a conclusão das desapropriações no entorno do aeroporto, finalizar as obras envolvendo o Arco Leste, além de reestruturar financeiramente a Caapsml. A aprovação do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é outra bandeira, necessária antes da viabilização do possível contrato com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que precisará do apoio da CML para prosperar. Além da aprovação do PMDB, ainda deve passar pelo crivo dos vereadores a autorização para formalizar um termo de cooperação com o governo estadual e, em seguida, o contrato em si. 

Entretanto, Kireeff ressalta que o processo eleitoral vai se intensificar e a tendência é que isso provoque queda nos níveis de debate. "Deve baixar o nível. Já tenho observado na internet alguns comportamentos infantis que ainda existem na política e isso pode gerar algum tipo de dissabor", afirma. 

No campo da agitação política, o prefeito ressalta o interesse dos grupos dos deputados Ricardo Barros (PP) e Luiz Nishimori (PR) de entrar com força em Londrina para reforçar o nome da vice-governadora Cida Borghetti (Pros), mulher de Barros, para a sucessão de Beto Richa (PSDB) em 2018. "Quando eu falo que o processo eleitoral pode ser contaminado é pelo que vem sendo chamado projeto Maringá. É um grupo político organizado, que tem um espaço no Estado importante e que tem representantes aqui que podem disputar as eleições." 

Em Londrina, as três legendas contam com representantes na CML : Roque Neto é do PR, Jamil Janene é do PP e Marcos Belinati deixou o partido de Jamil e fundou o Pros. Além disso, o deputado federal Marcelo Belinati (PP) foi o adversário derrotado por Kireeff em 2012 e é tido como o candidato pepista à sucessão municipal. 

Mesmo diante da popularidade em alta, o prefeito não assume sua candidatura à reeleição. Kireeff afirma que, apesar de nunca ter sido seu plano um segundo mandato, avalia a possibilidade porque tem sofrido muita pressão nas ruas e entre amigos, mas afirma que a decisão é apenas dele – descartando até mesmo a decisão apenas pó pressão do PSD. 

O prefeito admite que recebe convites de outras legendas, também. A última proposta teria vindo do Partido Verde, mas com um contorno interessante: o senador Alvaro Dias (PSDB), que deve migrar para o PV com a ambição de uma candidatura à Presidência da República em 2018, teria ofertado a Kireeff o comando estadual da sigla e a candidatura ao governo do Paraná. Kireeff admite que conversou com Alvaro, mas não confirma o teor – assim como não refuta. 

O convite vem num momento em que Kireeff declara "incômodo" com a situação do PSD, que apoia o governo petista de Dilma Rousseff em Brasília e de Beto no Paraná. "O PSD tem alguma dificuldade de personalidade, porque ele está hoje em dois governos absolutamente antagônicos. Isso me incomoda barbaridade", reclamou.

Fonte: Folha de Londrina