Na zona rural, UBSs são antigas e insuficientes


Estruturas pequenas e antigas, que não acompanharam o crescimento da demanda. Esta foi a realidade encontrada em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da zona rural do Município pelo vereador Gustavo Richa (PSDB), presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, na manhã desta segunda-feira. Acompanhado de assessoras da vereadora Lenir de Assis (PT) e do vereador Vilson Bittencourt (PSL), que também integram a comissão, o parlamentar visitou as UBSs do Distrito de Maravilha e do Patrimônio Selva, ambos na região Sul de Londrina.

 

A situação mais crítica é a da unidade do Patrimônio Selva, que funciona em uma construção de 81,83 metros quadrados, ampliada em 1996 (originalmente a estrutura construída em 1985 tinha apenas 40 metros quadrados). Além de pequena, a construção está localizada em um terreno elevado e não conta com mecanismos de acessibilidade.

 

Ali um clínico geral dá expediente três dias por semana. Não há atendimento odontológico e o fisioterapeuta precisa fazer seu trabalho em outro local, por falta de espaço. A inexistência de um carro compromete os trabalhos da equipe do Programa Saúde da Família (PSF), e nos pequenos cômodos da unidade os profissionais se esforçam para dar um atendimento digno e garantir a privacidade dos pacientes. "O atendimento é bom, mas faltam pediatra e dentista. Eu tenho um filho de quatro anos com Síndrome de Down que quando fica doente tenho que levar no Hospital da Zona Sul (HZS), em Londrina", relata a dona de casa Eliane Rodrigues Machado, moradora da Colônia Coroados.

 

Ausência de projeto - Segundo a gerente das unidades rurais de saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Fernanda Jorge Giovine, que acompanhou as visitas feitas nesta manhã, no posto do Patrimônio Selva é atendida uma população de aproximadamente 1,5 mil habitantes. A gerente admite que aquela é uma UBS que causa preocupação, pois não há projeto de reforma ou ampliação para breve.

 

Já no Distrito de Maravilha, o posto que tem projeto arquitetônico semelhante ao de uma residência, construído em 1978, deve receber reforma e ampliação ainda este ano. De acordo com Fernanda Giovine, o projeto está pronto e falta apenas a licitação da obra. A UBS atende uma população de 900 mil habitantes, conta com médico próprio, diariamente, e atendimento odontológico. "A equipe é considerada suficiente", garante a gerente das unidades rurais.

 

O vereador Gustavo Richa confirma que os principais problemas das unidades visitadas hoje, assim como a UBS da Usina Três Bocas, que fica na mesma região e foi visitada por ele recentemente, são a falta de espaço e de médico e enfermeira exclusivos. "Na unidade de Maravilha a situação é mais confortável, mas no caso do Selva e Três Bocas, o médico e a enfermeira têm que se dividir entre as duas unidades. Além disso, não há verba disponível para a ampliação e reforma destas unidades."

 

Problemas antigos - O parlamentar constata que a situação do atendimento médico nos distritos rurais de Londrina não melhorou em relação a 2014, quando a Comissão de Seguridade fez o primeiro ciclo de visitas em todas as UBSs do Município e apresentou um relatório detalhado sobre as principais carências constatadas. "Percebemos que não houve avanços e, em alguns casos, a situação até piorou, pois houve aumento na demanda", observa Gustavo Richa.

 

De agosto do ano passado até agora, a Comissão de Seguridade do Legislativo visitou 50 unidades de saúde. Até a próxima segunda-feira (1º de fevereiro) toda a estrutura de saúde básica de Londrina deve ser visitada, para que um novo relatório seja apresentado à Secretaria Municipal de Saúde, Ministério Público e Governo de Estado.

 

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