Insegurança preocupa funcionários de UBS


Os funcionários da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Conjunto Novo Amparo, na zona leste de Londrina, estão preocupados com a segurança na unidade. Eles relatam que é comum usuários de drogas entrarem no prédio para utilizar o banheiro ou dormirem na porta do posto de saúde. Servidores afirmam que já passaram por situações de tentativas de assalto quando iam embora no fim do expediente. 

A unidade Novo Amparo não possui guarda municipal e nem vigilantes. "Nos sentimos inseguros aqui. Agora, ainda está claro quando vamos embora, mas com o fim do horário de verão (que termina no dia 21 de fevereiro), o medo de assalto aumenta", afirma a auxilia de enfermagem Tereza Ferreira da Costa. 

Ela conta que, um dia, um homem armado dormiu na porta da UBS. "Quando chegamos para trabalhar, ele acordou, pegou a arma que estava ao lado dele e foi embora. Imagina se ele acorda no susto e atira em alguém?", questiona a servidora. 
Ela também relata casos de usuários de drogas que vandalizaram os banheiros da unidade. "Ficamos isolados aqui. Se tivesse um vigilante ou guarda municipal, acredito que inibiria a circulação dos usuários de drogas", disse. 

A situação, segundo Tereza, foi amenizada após famílias ocuparem um terreno em frente a unidade. "Agora tem uma movimentação maior por aqui. Conversamos com o pessoal para ficar de olho na UBS. Eles vêm aqui na unidade e isso tem afugentado os usuários de drogas", comentou a servidora. 

De acordo com o diretor da Guarda Municipal, Osmar dos Santos, no ano passado ficou definido, em uma reunião com a coordenação da unidade, que a GM faria o patrulhamento durante o dia e a Polícia Militar durante a noite. A unidade também deveria receber um sistema de monitoramento de câmeras interligado com a central de monitoramento da Guarda Municipal. "Vou verificar se os guardas estão seguindo esta orientação e reforçar que eles devem parar a viatura em frente a unidade", disse o diretor. 

Em relação as ocorrências na unidade, Santos informou que no ano passado havia apenas dois relatos de servidores reclamando de pessoas estranhas na UBS. "Sempre que o servidor tiver alguma suspeita deve acionar o 153, que uma viatura se desloca para o local", disse. 

Segundo ele, a GM não tem efetivo suficiente para colocar um agente em cada unidade básica de saúde. A guarda conta com 372 funcionários e, deste efetivo, 190 fazem a vigilância em postos de saúde, Centros Regionais de Assistência Social (Cras), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto Atendimento Infantil (PAI), distribuídos em três turnos. Eles também monitoram as secretarias, fazem ronda em parques e a segurança da usina de asfalto. Na central de monitoramento ficam em torno de 40 guardas municipais. Há uma parcela do efetivo que faz serviço administrativo. 

"Um terço do efetivo está empenhado no trabalho diário. Para atender UBSs e escolas precisaria de um efetivo de, no mínimo, 800 guardas municipais. Até se cogitou a possibilidade da Secretaria de Saúde disponibilizar uma verba para contratação de efetivo para esta finalidade, mas isso não evoluiu", comentou o diretor. 

Em algumas unidades foram mantidos os serviços de vigilância privada, como, por exemplo, na UBS União da Vitória, na zona sul. "Como não temos efetivo suficiente, alguns contratos com empresas privadas que fazem a proteção patrimonial foram prorrogados", explicou o diretor. Segundo ele, está em estudo um levantamento da demanda, mas, no momento, não há previsão de novas contratações de funcionários.

Fonte: Folha de Londrina