Contra a polĂ­tica de juros altos do Banco Central, UGT participa de ato unitĂĄrio na Avenida Paulista


A União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou de um grande ato, na manhã desta terça-feira (01), em frente ao prédio do Banco Central, em São Paulo, para exigir que na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o colegiado abandone essa política retrógrada de aumento de juros e estagnação da economia, para dar prioridade a classe trabalhadora e a geração de empregos.

 O ato unitário reuniu sindicatos filiados a UGT como, Comerciários de São Paulo e Padeiros, juntamente representantes das centrais Força Sindical e CGTB numa ação que teve como destaques a forte chuva, que não espantou as dezenas de militantes que compareceram, e as bananas que os sindicalistas distribuíram em plena Avenida Paulista, simbolizando que quando o Banco Central aumenta os juros, na verdade eles estão dando uma Banana para a sociedade brasileira, já que quem lucra com isso são justamente as grandes instituições bancárias.

 “Os juros do Brasil já são os maiores do mundo e aumentar mais essa taxa é para estrangular a nossa economia, forçar o setor empresarial a não investir e /ou voltar a contratar, é incentivar o desemprego e minar a competitividade da indústria brasileira, o que cria um déficit comercial crescente no país. Isso precisa mudar!” explica Marinaldo Medeiros, diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e que na manifestação representou Ricardo Patah, presidente nacional da UGT.

Segundo levantamento publicado pelo jornal Valor Econômico, em 01/03, para a BM&FBovespa há 90% de chances do Copom manter a taxa de juros Selic em 14,25%. “Manter essa taxa surreal é dar continuidade a uma situação que só favorece os grandes bancos, que estão lucrando bilhões à custa do sofrimento da população. Este ato vem sendo construído unitariamente pelas centrais sindicais para combate, pressionar e exigir redução da taxa de juros e abandono, definitivo, dessa política de estagnação da nossa economia, só assim voltaremos a gerar empregos e melhorar a renda da população,” diz Josimar Andrade de Assis, Diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

 Gustavo Walfrido Filho, secretário de juventude da UGT esteve presente ao ato que se destacou e ficou fortalecido por conta da participação de jovens estudantes e diversos representantes de movimentos sociais.

 Tiago César dos Santos, vice-presidente da União Municipal dos Estudantes Secundarista (UMES), ressaltou que o que vem acontecendo com essa política de juros altos é um abuso, pois esse reajuste interfere também nos juros da dívida pública. “O governo faz questão de destinar quase metade no PIB (Produto Interno Bruto) para o pagamento dos juros da dívida pública, dinheiro este que poderia vir para nossa saúde, para construir mais escolas e para, de fato, dar mais estruturas para a nossa educação. Dinheiro esse que poderia ser fundamental para a nação,” que encerrou seu discurso cantando: “É ou não é, piada de salão. Tem dinheiro pro banqueiro, mas não tem pra educação...”

Fonte: UGT