Policiais civis do Paraná aprovam estado de greve e se recusam a cuidar de presos


Após notificarem a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP) de que não executariam mais atividades carcerárias, os policiais civis do estado aprovaram por unanimidade, na última quarta-feira (20), a entrada da categoria em estado de greve. Realizada em Curitiba pelo Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) e pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), a assembleia contou com a presença de 200 pessoas, entre delegados sindicais e filiados. 

Com a aprovação do estado de greve, a categoria poderá deflagrar paralisações a qualquer momento caso a SESP não acate as reivindicações enviadas à pasta e também ao governador Beto Richa (PSDB), ao Ministério Público (MP), ao Tribunal de Justiça (TJ) e demais órgãos judiciários. "A partir desta quinta [21], os policiais civis se dedicarão única e exclusivamente às suas atribuições previstas na lei, deixando de executar atividades ilegais como cuidar dos 9 mil presos que irregularmente ocupam as delegacias, supervisionar e coordenar visitas de familiares, fazer escolta de detentos e demais atendimentos carcerários que não deveríamos fazer", explica o presidente do Sinclapol, André Luiz Gutierrez. Em Londrina, há presos nos 3º, 4º e 5º distritos. Até o momento, não foi registrado nenhum incidente relacionado às recomendações sindicais. 

Segundo ele, a categoria vem executando atividades ligadas à manutenção carcerária sem ter qualquer obrigação legal. Com a sobrecarga de trabalho gerada pela presença de presos nas delegacias, as funções que deveriam ser cumpridas pelos investigadores, escrivães e demais policiais acabam ficando em segundo plano. "Também estamos determinando que todos cumpram a carga horária prevista em lei, que é de 40 horas semanais. Há casos de profissionais que trabalham até 80 horas e não recebem as horas extras. Estamos carregando um piano que não é nosso. A partir de hoje, vamos voltar a atender exclusivamente aos interesses do cidadão, como está previsto em lei", afirma. 

Fonte: Portal Bonde