Projeto na mira do MP não é votado na câmara


Vereadores desistem de votar cessão de uso do estacionamento do Estádio do Café para feirão de automóveis

            Precisou a opinião pública cair de pau e o Ministério Público ameaçar um procedimento investigatório para que a câmara de vereadores recuasse na decisão de conceder a permissão de uso do estacionamento do Estádio do Café para a exploração comercial de um feirão de automóveis.

            A cessão já tinha sido aprovada em sessão da semana passada e voltou para a segunda e última votação durante o encontro de ontem na câmara. Mas a pedido do líder do prefeito (olha ele aí, gente!), Gláudio Renato de Lima, o projeto foi retirado de pauta. A autoria do projeto é do executivo e prevê prazo indeterminado para a utilização "terceirizada" do espaço público.

            O feirão existe há quase sete anos e nunca teve autorização formal da prefeitura para funcionar onde está. Mas em agora, prefeito e vereadores em final de mandato decidiram que era hora de regulamentar a situação. A feira tem transmissão pela TV e são os organizadores da própria feira quem apresentam o programa. Para colocar um carro ou moto a venda, o interessado deve pagar R$ 2. Por domingo, até 300 veículos ficam a disposição de compradores.

            Para o Ministério Público o caso pode caracterizar o beneficiamento dos organizadores do feirão já que não houve qualquer tipo de modalidade de concorrência para a cessão da área a eles. O presidente da Fundação de Esportes também vê necessidade de uma licitação para dar legalidade ao acordo.

            Casos como estes ainda assustam os cidadãos. Ainda estão bem frescos na memória do londrinense os escândalos de compra e venda de projetos de lei na câmara. Bastava um empresário pagar a propina exigida por um Bonilha qualquer para que um projeto se transformasse em lei. Vade retro!